abr 07, 2013
Olá,
Este é o último post da série, mas não tenho a intenção de resumir tudo em adoção seja de óvulos, sêmen ou de crianças, apenas gostaria de compartilhar com vocês também esta opção e vou aproveitar para refletir com vocês baseada em histórias absolutamente reais.
Débora, uma mulher de 42 anos, foi mãe a primeira vez aos 37, na 5ª. inseminação in vitro. Ela, diagnosticada na época, com óvulos envelhecidos e o marido com espermatozóides lentos, algo assim, que acabava dificultando a fecundação natural. Após 4 anos do sonho do 1º. filho realizado o casal contava com uma segunda gravidez espontânea, apesar dos diagnósticos, o que não aconteceu. Contudo, após vários tratamentos e inseminações in vitro já sentiam-se relativamente confortáveis em passar pelos mesmos procedimentos na tentativa de dar um irmãozinho ao primeiro filho. Débora quer muito o segundo filho, já seu marido se considera realizado com o primeiro, mas cedendo ao desejo da mulher retoma o tratamento, quando após mais exames detalhados do casal o médico lhes propõe uma inseminação com sêmen de doador, pois o sêmen do marido de Débora perdeu muita qualidade nesses últimos anos. Débora encara a alternativa do médico naturalmente e continua disposta a tudo para engravidar, seu marido recebe a notícia como uma bomba e nem cogita dar continuidade com sêmen que não seja o seu implantado na sua mulher. Afinal, para ele este filho não será seu, como pode ela querer? “Como posso amar, educar, acompanhar essa gravidez com o mesmo entusiasmo, este filho será de um desconhecido com minha mulher? Não, para mim não dá!” Essa foi a história que a Débora me contou e foi quando lhe caiu a ficha do quanto essa opção poderia ser pesada para o seu marido, seu relacionamento, enfim como isso impactaria a família deles até ali. Naquela semana, em que conversamos, após essa declaração de seu marido, Débora desistiu de ir adiante com os tratamentos e curtirá seu único filho e a família formada até ali.
Alessandra, 38 anos, casada há 15 anos, portadora de endometriose severa já passou por vários tratamentos e cirurgias, foi desenganada pelos médicos quanto a possibilidade de gravidez, seja natural ou por tratamentos. Sua única opção é a adoção. Após 6 anos na fila de espera da adoção lhes surge uma menininha de 2 anos, compram todo o enxoval, arrumam o quarto e os corações. A menina não se adapta ao novo lar e acaba sendo devolvida após 4 meses. Sandra sofreu horrores, foi como um aborto real, porém a decisão do casal de serem pais era imensa e eles tinham certeza de que o filho deles viria na hora certa e a decisão junto a assistente social, após novas passagens por psicólogas foi a de permanecer na fila de adoção. Após quase 9 anos na fila, eis que no meio da semana surge um telefonema, recém nascido em Minas Gerais pronto para adoção. Alessandra e Oscar largam tudo no trabalho e viajam 8 horas de carro e eis que nasce Tiago! Um lindo menino que agora já está com 2 anos e meio e se eu não soubesse que não nasceu do ventre da Alessandra nunca diria o contrário. Ele até se parece fisicamente com seus pais adotivos e é filho desta família em absolutamente tudo. Tiago lhes pertence e é pertencido pelos corações de todos tios, avós, sem falar do pai e da mãe. Esta, agora, parou de trabalhar fora e se dedica em tempo integral ao pequeno.
Na tentativa de não me alongar e fazer deste post apenas o pontapé para sua reflexão, quero encerrar com uma última história.
Nilza, 43 anos, 17 anos de casada ficou 10 anos tentando ter filhos, fazendo exames, mas seu marido se recusava a ir ao médico até que cobranças e o descompasso nos sonhos de ambos fizeram o casamento acabar. Nilza depois veio a saber que seu ex-marido era estéril e não assumia, enfim, 2 anos depois, Nilza conheceu outro homem e este lhe revelou de início que também era estéril. Uma grande trapaça do destino, não? Mas na verdade este homem lhe revelou que assim como ela, adoraria ter filhos e antes que assumissem a união lhe fez uma proposta – “Você topa adotar uma criança?” – Nilza concordou de imediato, 2 anos depois de assumirem esta nova união começaram um processo de adoção com uma menina de 5 anos, vinda de lares adotivos. Um processo complicado que requereu ajuda judicial mas que ajudou estas pessoas a nascerem como família, de maneira sólida, com amor e muito afeto. A menininha que na época viveu em 3 lares para adoção, veio de família completamente desestruturada não teve uma adaptação das mais fáceis em seu novo lar. À primeira vista pensamos que crianças nestas condições vão adorar ter um lar, um pai e uma mãe, mas quando o que se conhece é só abandono e rejeição, existe também um medo do afeto, da aproximação, do compromisso do amor. Esta menininha fez 2 anos de acompanhamento psicológico pago pelos novos pais e teve muita dedicação, amor e paciência de ambos até que ela se sentisse pronta e desarmada o suficiente para deixar-se ser amada e confiar no amor de seus pais. Hoje, a menininha já é pré-adolescente, está com 13 anos e é o reflexo de toda esta dedicação de seus pais.
Com essas histórias quero deixar a reflexão de que, seja qual for o caminho escolhido por você e seu parceiro para exercer a maternidade/paternidade, seja bem discutido, bem resolvido e que traga alegria a ambos. Ser pai e mãe não se trata apenas de escolhas pessoais, é algo muito maior, com prazer e dor, e acredite você ou não, não são todos os escolhidos a exercerem esses papéis (de pai e mãe), talvez o seu caminho possa ser preenchido com outras formas de amor não menos importantes e enriquecedoras.
Boa semana!
Rach
Leia mais! Eu quero engravidar, mas meu marido cansou de tentar. E agora?, Por quê não engravido? O primeiro passo da mulher, Por quê não engravido? Parte II – Possibilidades, Por que não engravido?, Passo a passo da Adoção
http://www.opiniaosa.com.br/2013/04/07/por-que-nao-engravido-4-que-tal-adotar/
Este é o último post da série, mas não tenho a intenção de resumir tudo em adoção seja de óvulos, sêmen ou de crianças, apenas gostaria de compartilhar com vocês também esta opção e vou aproveitar para refletir com vocês baseada em histórias absolutamente reais.
Débora, uma mulher de 42 anos, foi mãe a primeira vez aos 37, na 5ª. inseminação in vitro. Ela, diagnosticada na época, com óvulos envelhecidos e o marido com espermatozóides lentos, algo assim, que acabava dificultando a fecundação natural. Após 4 anos do sonho do 1º. filho realizado o casal contava com uma segunda gravidez espontânea, apesar dos diagnósticos, o que não aconteceu. Contudo, após vários tratamentos e inseminações in vitro já sentiam-se relativamente confortáveis em passar pelos mesmos procedimentos na tentativa de dar um irmãozinho ao primeiro filho. Débora quer muito o segundo filho, já seu marido se considera realizado com o primeiro, mas cedendo ao desejo da mulher retoma o tratamento, quando após mais exames detalhados do casal o médico lhes propõe uma inseminação com sêmen de doador, pois o sêmen do marido de Débora perdeu muita qualidade nesses últimos anos. Débora encara a alternativa do médico naturalmente e continua disposta a tudo para engravidar, seu marido recebe a notícia como uma bomba e nem cogita dar continuidade com sêmen que não seja o seu implantado na sua mulher. Afinal, para ele este filho não será seu, como pode ela querer? “Como posso amar, educar, acompanhar essa gravidez com o mesmo entusiasmo, este filho será de um desconhecido com minha mulher? Não, para mim não dá!” Essa foi a história que a Débora me contou e foi quando lhe caiu a ficha do quanto essa opção poderia ser pesada para o seu marido, seu relacionamento, enfim como isso impactaria a família deles até ali. Naquela semana, em que conversamos, após essa declaração de seu marido, Débora desistiu de ir adiante com os tratamentos e curtirá seu único filho e a família formada até ali.
Alessandra, 38 anos, casada há 15 anos, portadora de endometriose severa já passou por vários tratamentos e cirurgias, foi desenganada pelos médicos quanto a possibilidade de gravidez, seja natural ou por tratamentos. Sua única opção é a adoção. Após 6 anos na fila de espera da adoção lhes surge uma menininha de 2 anos, compram todo o enxoval, arrumam o quarto e os corações. A menina não se adapta ao novo lar e acaba sendo devolvida após 4 meses. Sandra sofreu horrores, foi como um aborto real, porém a decisão do casal de serem pais era imensa e eles tinham certeza de que o filho deles viria na hora certa e a decisão junto a assistente social, após novas passagens por psicólogas foi a de permanecer na fila de adoção. Após quase 9 anos na fila, eis que no meio da semana surge um telefonema, recém nascido em Minas Gerais pronto para adoção. Alessandra e Oscar largam tudo no trabalho e viajam 8 horas de carro e eis que nasce Tiago! Um lindo menino que agora já está com 2 anos e meio e se eu não soubesse que não nasceu do ventre da Alessandra nunca diria o contrário. Ele até se parece fisicamente com seus pais adotivos e é filho desta família em absolutamente tudo. Tiago lhes pertence e é pertencido pelos corações de todos tios, avós, sem falar do pai e da mãe. Esta, agora, parou de trabalhar fora e se dedica em tempo integral ao pequeno.
Na tentativa de não me alongar e fazer deste post apenas o pontapé para sua reflexão, quero encerrar com uma última história.
Nilza, 43 anos, 17 anos de casada ficou 10 anos tentando ter filhos, fazendo exames, mas seu marido se recusava a ir ao médico até que cobranças e o descompasso nos sonhos de ambos fizeram o casamento acabar. Nilza depois veio a saber que seu ex-marido era estéril e não assumia, enfim, 2 anos depois, Nilza conheceu outro homem e este lhe revelou de início que também era estéril. Uma grande trapaça do destino, não? Mas na verdade este homem lhe revelou que assim como ela, adoraria ter filhos e antes que assumissem a união lhe fez uma proposta – “Você topa adotar uma criança?” – Nilza concordou de imediato, 2 anos depois de assumirem esta nova união começaram um processo de adoção com uma menina de 5 anos, vinda de lares adotivos. Um processo complicado que requereu ajuda judicial mas que ajudou estas pessoas a nascerem como família, de maneira sólida, com amor e muito afeto. A menininha que na época viveu em 3 lares para adoção, veio de família completamente desestruturada não teve uma adaptação das mais fáceis em seu novo lar. À primeira vista pensamos que crianças nestas condições vão adorar ter um lar, um pai e uma mãe, mas quando o que se conhece é só abandono e rejeição, existe também um medo do afeto, da aproximação, do compromisso do amor. Esta menininha fez 2 anos de acompanhamento psicológico pago pelos novos pais e teve muita dedicação, amor e paciência de ambos até que ela se sentisse pronta e desarmada o suficiente para deixar-se ser amada e confiar no amor de seus pais. Hoje, a menininha já é pré-adolescente, está com 13 anos e é o reflexo de toda esta dedicação de seus pais.
Com essas histórias quero deixar a reflexão de que, seja qual for o caminho escolhido por você e seu parceiro para exercer a maternidade/paternidade, seja bem discutido, bem resolvido e que traga alegria a ambos. Ser pai e mãe não se trata apenas de escolhas pessoais, é algo muito maior, com prazer e dor, e acredite você ou não, não são todos os escolhidos a exercerem esses papéis (de pai e mãe), talvez o seu caminho possa ser preenchido com outras formas de amor não menos importantes e enriquecedoras.
Boa semana!
Rach
Leia mais! Eu quero engravidar, mas meu marido cansou de tentar. E agora?, Por quê não engravido? O primeiro passo da mulher, Por quê não engravido? Parte II – Possibilidades, Por que não engravido?, Passo a passo da Adoção
http://www.opiniaosa.com.br/2013/04/07/por-que-nao-engravido-4-que-tal-adotar/
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