TJ-PR ABRE SINDICÂNCIA PARA INVESTIGAR CASOS DE ADOÇÃO SUSPEITOS
Órgão irá apurar as informações divulgadas pela imprensa e pela CPI da Câmara dos Deputados
16/04/2013
Gazeta do Povo
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) comunicou nesta segunda-feira
(15) que foi instaurada uma sindicância para apurar informações sobre
possíveis irregularidades em adoções internacionais realizadas no
estado. A suspeita é em casos realizados na cidade de São João do
Triunfo, na região Centro-Sul. O caso veio à tona com a investigação da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, que está
em andamento na Câmara dos Deputados.
Em nota, o presidente do
TJ-PR, Clayton Camargo, e o Corregedor-Geral da Justiça, Lauro Augusto
Fabrício de Melo, afirmaram que a “Comissão Estadual Judiciária de
Adoção (CEJA-PR) não aprova, não reconhece e não tem conhecimento da
cobrança de verbas indevidas por qualquer representante , credenciado ou
não, responsável pelo acompanhamento de pretendentes estrangeiros
inscritos para adoção na forma diplomática”.
SOBRE A ONG LIMIAR
Fundada em 1984, a Limiar mantém um abrigo de crianças conveniado com a
prefeitura de São Paulo (SP). A ONG também possui um site (www.limiar.org
) em inglês no qual afirma que coordena a adoção de crianças brasileiras para casais norte-americanos.
O CASO
No final de março, a CPI do Tráfico de Pessoas, através de seu
vice-presidente, o deputado Fernando Francischini (PEN), veio ao Paraná
investigar a suspeita de casos de adoções irregulares. Havia ainda a
hipótese de ligação com crimes de exploração sexual. Em São João do
Triunfo, os processos teriam sido acelerados e não cumpriram todas as
exigências legais.
Em um deles, sete dos nove filhos de um casal
foram retirados dos pais no começo desta década e encaminhados para
adoção internacional em 2006. As crianças teriam sido retiradas do
convívio familiar, encaminhadas para abrigo e, logo após, colocadas para
adoção sem nenhuma tentativa de reinserção familiar, como orienta a
legislação. O motivo da destituição familiar teria sido a pobreza
extrema da família e o alcoolismo do pai. O caso chegou a ser exibido no
programa Fantástico, da Rede Globo.
No começo de abril, a Comissão
autorizou a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal da ONG
Limiar, que teria intermediado as adoções internacionais de forma
indevida, uma vez que não tinha autorização para esse tipo de ação desde
1999, quando o Brasil assinou a Convenção de Haia -- lei internacional
que regulariza este tipo de processo. Além disso, foi aprovada também a
vinda de parlamentares para ouvir testemunhas suspeitas de envolvimento
nos casos suspeitos.
Adelino de Souza, um dos representantes da
organização não-governamental, foi ouvido pela Polícia Federal, que
cumpriu um mandato de busca e apreensão de documentos na casa do
suspeito em abril. Na ocasião, ninguém foi preso e não houve flagrante.
Os materiais apreendidos foram entregues à CPI do Tráfico de Pessoas.
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1363900
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