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“Fui para Jaboticabal (SP) para fazer uma averiguação da
pensão alimentícia. O advogado que foi comigo aceitou a sugestão de
outro advogado, de eu abrir mão da paternidade dela. E eu abri. Eu não
saiba o que viria a ser isso. Não tem nada que pague a ausência de um
pai ou de uma mãe. Não tem dinheiro que pague. Agradeço ao Valter por
ter sido um pai para ela. Ela tem sorte por ter dois, mas ele soube
criar bem. A gente tem um bom relacionamento. Eu já conheci o Dom, meu
neto, mas não foi fácil. Eu sou amigo dela. Acho que o melhor amigo que
ela vai ter. Não sei se ela acha isso de mim, mas quero que ela saiba
que eu estou pronto para o que aparecer”, afirmou.
Piovani ficou muito emocionada e fez questão de dizer
que entendia o pai, depois de tantos anos. “A vida prega umas peças na
gente. Não foi fácil. Era muito pequena e meus pais divergiam muito
sobre essa coisas de pensão. Vez ou outra lá ia eu para o Juizado de
Menores por isso. Isso era muito sofrido para mim. Lembro que dessa vez
eu pensei que fosse só mais uma das vezes. Criança conecta as coisas
depois. Eu fiz isso depois de uns oito meses. Estava enxugando a louça,
olhei para a minha mãe e perguntei: ‘mãe, meu pai me deu?”, contou.
Piovani disse que a mãe lhe explicou que era apenas um
papel e que ele seria pai dela para sempre. “Me senti muito rejeitada e
acho que tem muito a ver com muitas relações afetivas erradas que eu
tive ao longo da minha vida. Eu dei uma sorte muito grande, que é minha
mãe ter escolhido o Valter. Eu tenho respeito e carinho pelo meu pai
biológico, mas o Valter me encheu de amor, de carinho, corrigia minha
lição, me levava para empinar pipa. Subverti essa dor e me senti
agraciada por Deus por ter dois pais. Na minha vida, tudo se
multiplicou. Amor só faz conta de multiplicação. Tenho meus dois pais.
Entendo o meu pai e serei eternamente grata ao Valter. Ele é o pai que
toda filha sonha em ter”, finalizou.
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