Qui, 29 de Maio de 2014
Representantes da sociedade civil foram convidados para discutir o tema
No Brasil, a adoção de crianças por casais homossexuais vem, aos poucos, ganhando espaço. O assunto, no entanto, ainda fica bastante dividido entre o direito e o preconceito. Com o objetivo de colocar o tema em pauta e fomentar uma discussão fundamentada, a Faculdade Norte Paranaense – Uninorte promoveu um debate com representantes da sociedade civil no último dia 20, no auditório da instituição. A iniciativa foi realizada no Dia da Polêmica – atividade que acontece na faculdade anualmente –, com o tema “Adoção de filhos por casais homoafetivos”.
O debate, mediado pelo professor de Direito da instituição, Fabrício Almeida Carraro, contou com a participação da promotora de Justiça da 1ª Vara da Infância e Juventude, Yara Raquel Faleiros Guariente; da psicóloga e especialista em Educação Sexual, Mary Neide Damico Figueiró; do educador social da área de Educação Sexual e superintendente da Associação Londrinense Interdisciplinar Aids (Alia), Paulo Wesley Faccio; do padre Rafael Solano Duran, representante da Igreja Católica e do pastor Eduardo Vinícius Trindade, da Igreja Batista Catuaí.
A partir da Constituição Federal há uma nova realidade frente ao novo modelo de família composta por pais ou mães homossexuais. Entretanto, o tema da adoção que está diretamente ligado aos casais homoafetivos ainda divide opiniões.
“Desde a Segunda Guerra Mundial a família não é a mesma, ela mudou, passou a ser composta só por pais, só por mães, só por avós. E por que não pode ser composta por homossexuais?”, questionou o superintendente da Alia. Ele lembrou que no País há 3,7 milhões de crianças nos orfanatos e outras instituições, “pois o Estado e as famílias convencionais não dão conta delas”. Frutos dessa realidade, segundo avaliação de Faccio, são os menores infratores, pessoas com pouca escolaridade e que não conseguem se manter socialmente ou ficam em um vácuo social.
Também a favor da adoção por esse novo modelo de pais, a psicóloga Mary Neide ressaltou qual é o papel da família para a Psicologia: assegurar o desenvolvimento da criança e do bem-estar, cuidar da segurança pessoal e material e atuar no processo de socialização. Ela também desmistificou algumas ideias que existem sobre a adoção por homossexuais. “Não é verdade que os filhos serão gays, que as crianças precisam de um pai e de uma mãe, que elas terão problemas psicológicos por causa do preconceito e que correrão risco de serem abusadas sexualmente”, enfatizou.
Segundo a promotora de Justiça Yara, em Londrina há 150 crianças em abrigos sendo que dessas apenas 34 estão aptas à adoção e não existe nenhuma com idade inferior a 5 anos. Na cidade há apenas um caso de adoção (tardia) por duas mulheres homossexuais com união estável. “Acredito que a adoção por casais homoafetivos vai trazer um novo gás porque eles têm um outro olhar com relação à adoção tardia por já terem vivido situações de preconceito”, considerou. “Queremos proteger as crianças e se a adoção por casal homoafetivo vai ajudar, apoiamos”, completou.
Yara atentou, ainda, para a necessidade de renovar o olhar da sociedade para a adoção. “As pessoas que criticam a demora desconhecem que quem quer adotar é exigente, quer menina, recém-nascida e branca”, esclareceu.
O representante da Igreja Batista Catuaí ressaltou, por sua vez, que a adoção tem os pontos de vista humano e institucional, mas também o religioso. “A igreja deve fazer o acolhimento de todo e qualquer indivíduo, indistintamente, mas tem de proclamar o Evangelho a todas as criaturas”, disse. Segundo o pastor, uma família com dois pais ou duas mães não é algo normal. “Vivemos em tempos extravagantes. Do ponto de vista bíblico, o normal é ter um pai e uma mãe”, acrescentou.
Padre Solano, também contrário à adoção por homoafetivos, contou que já trabalhou com situações homossexuais no Canadá, na França, na Itália, atualmente no Brasil e, futuramente, trabalhará nos Estados Unidos. “Deus cria o homem e a mulher livres para decidir. A sociedade hoje trata esse tema com muita hipocrisia. A religião não tem nada a exigir ou propor diante do conceito de liberdade”, observou.
Questionado sobre a sua posição diante do tema, respondeu o religioso: “Na minha concepção teológica, a adoção por homoafetivos é inviável, pois a família cristã é composta por homem e mulher e os filhos são dons de Deus”.
O debate foi dividido em quatro blocos, sendo que no primeiro foi feita a apresentação dos convidados, no segundo houve o confronto de ideias entre os expositores, o quarto bloco contou com a participação da plateia, que enviou perguntas aos participantes, e por fim foram feitas as considerações finais dos membros da mesa.
Aline Vilalva/Asimp/Uninorte
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http://www.jornalvestibulando.com.br/index.php/destaques/691-adocao-por-homoafetivos-divide-opinioes-entre-debatedores-no-dia-da-polemica.html
No Brasil, a adoção de crianças por casais homossexuais vem, aos poucos, ganhando espaço. O assunto, no entanto, ainda fica bastante dividido entre o direito e o preconceito. Com o objetivo de colocar o tema em pauta e fomentar uma discussão fundamentada, a Faculdade Norte Paranaense – Uninorte promoveu um debate com representantes da sociedade civil no último dia 20, no auditório da instituição. A iniciativa foi realizada no Dia da Polêmica – atividade que acontece na faculdade anualmente –, com o tema “Adoção de filhos por casais homoafetivos”.
O debate, mediado pelo professor de Direito da instituição, Fabrício Almeida Carraro, contou com a participação da promotora de Justiça da 1ª Vara da Infância e Juventude, Yara Raquel Faleiros Guariente; da psicóloga e especialista em Educação Sexual, Mary Neide Damico Figueiró; do educador social da área de Educação Sexual e superintendente da Associação Londrinense Interdisciplinar Aids (Alia), Paulo Wesley Faccio; do padre Rafael Solano Duran, representante da Igreja Católica e do pastor Eduardo Vinícius Trindade, da Igreja Batista Catuaí.
A partir da Constituição Federal há uma nova realidade frente ao novo modelo de família composta por pais ou mães homossexuais. Entretanto, o tema da adoção que está diretamente ligado aos casais homoafetivos ainda divide opiniões.
“Desde a Segunda Guerra Mundial a família não é a mesma, ela mudou, passou a ser composta só por pais, só por mães, só por avós. E por que não pode ser composta por homossexuais?”, questionou o superintendente da Alia. Ele lembrou que no País há 3,7 milhões de crianças nos orfanatos e outras instituições, “pois o Estado e as famílias convencionais não dão conta delas”. Frutos dessa realidade, segundo avaliação de Faccio, são os menores infratores, pessoas com pouca escolaridade e que não conseguem se manter socialmente ou ficam em um vácuo social.
Também a favor da adoção por esse novo modelo de pais, a psicóloga Mary Neide ressaltou qual é o papel da família para a Psicologia: assegurar o desenvolvimento da criança e do bem-estar, cuidar da segurança pessoal e material e atuar no processo de socialização. Ela também desmistificou algumas ideias que existem sobre a adoção por homossexuais. “Não é verdade que os filhos serão gays, que as crianças precisam de um pai e de uma mãe, que elas terão problemas psicológicos por causa do preconceito e que correrão risco de serem abusadas sexualmente”, enfatizou.
Segundo a promotora de Justiça Yara, em Londrina há 150 crianças em abrigos sendo que dessas apenas 34 estão aptas à adoção e não existe nenhuma com idade inferior a 5 anos. Na cidade há apenas um caso de adoção (tardia) por duas mulheres homossexuais com união estável. “Acredito que a adoção por casais homoafetivos vai trazer um novo gás porque eles têm um outro olhar com relação à adoção tardia por já terem vivido situações de preconceito”, considerou. “Queremos proteger as crianças e se a adoção por casal homoafetivo vai ajudar, apoiamos”, completou.
Yara atentou, ainda, para a necessidade de renovar o olhar da sociedade para a adoção. “As pessoas que criticam a demora desconhecem que quem quer adotar é exigente, quer menina, recém-nascida e branca”, esclareceu.
O representante da Igreja Batista Catuaí ressaltou, por sua vez, que a adoção tem os pontos de vista humano e institucional, mas também o religioso. “A igreja deve fazer o acolhimento de todo e qualquer indivíduo, indistintamente, mas tem de proclamar o Evangelho a todas as criaturas”, disse. Segundo o pastor, uma família com dois pais ou duas mães não é algo normal. “Vivemos em tempos extravagantes. Do ponto de vista bíblico, o normal é ter um pai e uma mãe”, acrescentou.
Padre Solano, também contrário à adoção por homoafetivos, contou que já trabalhou com situações homossexuais no Canadá, na França, na Itália, atualmente no Brasil e, futuramente, trabalhará nos Estados Unidos. “Deus cria o homem e a mulher livres para decidir. A sociedade hoje trata esse tema com muita hipocrisia. A religião não tem nada a exigir ou propor diante do conceito de liberdade”, observou.
Questionado sobre a sua posição diante do tema, respondeu o religioso: “Na minha concepção teológica, a adoção por homoafetivos é inviável, pois a família cristã é composta por homem e mulher e os filhos são dons de Deus”.
O debate foi dividido em quatro blocos, sendo que no primeiro foi feita a apresentação dos convidados, no segundo houve o confronto de ideias entre os expositores, o quarto bloco contou com a participação da plateia, que enviou perguntas aos participantes, e por fim foram feitas as considerações finais dos membros da mesa.
Aline Vilalva/Asimp/Uninorte
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