quarta-feira, 25 de junho de 2014

É FÁCIL PERCEBER QUANDO UM PROCESSO DE ADOÇÃO COMEÇA ACONTECER.


Selena Gomez
Diário Voluntário
Acho que já comentei aqui sobre a questão “apego” durante trabalhos voluntários certo? Poderia abordar essa questão pelo meu trabalho na Casa Ronald, mas hoje quero dividir com vocês um relato sobre reencontro que engloba muito a questão AFETO.
Não faz muito tempo, acho que um ou dois meses reencontrei duas irmãs que conheci no Romão Duarte. Lembro como se fosse hoje da visita que realizamos, a primeira com as irmãs lá. A mais velha era toda tímida, descobrir o nome dela foi uma tortura, levou horas. Descobrimos sobre a irmã só quando ela começou a andar, o que permitia que ela descesse para o salão de visitas. Sempre brincamos muito com as duas, quando pediam algo, levávamos na visita seguinte. Sempre que era possível, claro. Ainda lembro de muitas brincadeiras quando olho as fotos de antigas visitas. Isso é se apegar, criar vínculos e se preocupar.
Quando você começa a fazer visitas constantes em orfanatos é fácil perceber quando um processo de adoção começa acontecer. Os futuros pais começam a estar em todas as visitas, outros parentes também começam a fazer parte das visitas. Começam os presentes. Alguns são simpáticos com os outros visitantes, não monopolizam as crianças, ao contrário buscam uma forma de fortalecer esses outros vínculos. É um jeito de tornar todo o processo de adoção mais natural, afinal as crianças não são uma “posse” de nenhum ali presente, em processo de adoção ou não, todos estão ali para receber o amor e atenção que merecem, mas que em algum momento foi negado.
Alguns meses passam e em uma das visitas descobrimos a adoção concluída. Como? Porque as duas crianças já não se encontram no orfanato. E na mistura de um vazio, saudade e felicidade você tenta assimilar o fato de que a probabilidade de vê-las é mínima. Até que um dia, quase que 6 meses depois, você esbarra com elas na rua. Felicidade maior, as lindas crianças lembrarem de você, mesmo quando a mãe em questão não lembra a princípio. Uns dois meses depois, elas visitam o seu trabalho e você passa uma hora conversando. Descobre como foi a primeira festa de aniversário, as brincadeiras preferidas, ganha beijo e o melhor… percebe que já vão completar um ano na família nova.
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