18/08/2014 07:48
Bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assina decreto que permite a cerimônia em 11 cidades
Por: Flávia Alves
Do BOM DIA em Jundiaí
O bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assinou na
sexta-feira (15) decreto que passa a permitir o batismo de filhos
adotados por casais homoafetivos nas 11 cidades sob a jurisdição dele:
Jundiaí, Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva,
Louveira, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea
Paulista.Do BOM DIA em Jundiaí
A solenidade ocorreu no altar da Catedral Nossa Senhora do Desterro, durante missa pela comemoração do Dia da Padroeira, que dá nome à igreja do Centro de Jundiaí.
Em seu discurso, dom Vicente explicou os motivos para as atualizações nas diretrizes do sacramento do batismo. Sem fazer menção direta à regra que atinge os casais homoafetivos, dom Vicente disse: “Maria é mãe da evangelização. E como mãe acolhe e cuida de todo seu povo. A igreja nunca se fecha. É preciso ter compaixão, assim como uma mãe tem para com seus filhos”.
Com a igreja matriz lotada, os fiéis saudaram as mudanças que, segundo o padre Leandro Megeto, fazem parte de um pedido antigo das paróquias das 11 cidades da diocese. “Começamos pelo batismo, que é o primeiro sacramento oferecido pela Igreja. Foi um longo processo de quase três anos de conversas”, afirmou.
De acordo o padre Megeto, a Igreja Católica está atenta aos apelos do papa Francisco para estar aberta a todos, tornando-se mais atraente e com maior acolhimento. “É um olhar de esperança para o futuro, por meio de uma abertura aos novos tempos”, disse o padre.
Mudanças/ As novas “Normas e Diretrizes para o Sacramento do Batismo” fazem parte do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. O texto instituiu, também, que crianças com mais de 7 anos devem participar da catequese do batismo junto com a catequese da Primeira Eucaristia, além da possibilidade de escolha de apenas um padrinho ou madrinha para o sacramento do batismo e o de crisma e o batismo para filhos de casais sem casamento oficializado perante a Igreja.
Segundo dom Vicente Costa, o objetivo principal desta publicação é resgatar o sentido original do batismo. “O papa Francisco ensina que o batismo não é uma formalidade. É um ato que diz respeito à nossa existência.”
Papa diz que homossexuais não devem ser julgados
Em sua vinda ao Brasil, em julho do ano passado, para a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco falou sobre a relação entre a igreja e os homossexuais. “Se uma pessoa tem essa opção de vida, quem sou eu para julgá-lo?”, afirmou na época.
Para ele, os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados e precisam ser integrados à sociedade.
Em junho, o Vaticano divulgou documento de trabalho para a assembleia dos bispos que acontece em outubro. O evento vai discutir sobre a família, com o tema: “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. O documento é considerado nos meios eclesiásticos especializados como “o mais realista” de que se tem notícia até o momento.
A partir dele, os bispos irão tratar da questão do batismo de casais homoafetivos, mesmo a Igreja sendo contra este tipo de união. O Vaticano entende, dentro da evangelização, que é urgente a atenção do episcopado mundial frente a estes desafios.
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/71416/igreja-vai-batizar-filhos-de-casais-homossexuais%20%E2%80%A6
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