sexta-feira, 21 de junho de 2013

ADOÇÃO TEM QUE SER ACIMA DE TUDO UM ATO DE AMOR

Sexta, 21 Junho 2013
Por Flávia Pires | Para: CBN Foz
É o amor que move o desejo de adotar. Mas o perfil exigido pelos inscritos no cadastro de adoção ainda é a principal barreira que impede que crianças encontrem uma família

“Independentemente do perfil da criança, desejado pelos novos pais e mães, adotar é abrir um espaço em sua vida para uma criança que, em pouco tempo, deixará de ser um desconhecido e passará a ser filho”, define a assistente social Maria Aparecida.
Segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quase 40 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos em todo o país. Destes, 5.240 estão aptos a serem adotados e esperam que a justiça defina seu destino: voltar para a família biológica ou ser encaminhados para adoção.
Segundo um levantamento realizado em junho de 2012, o número de pretendentes é cinco vezes maior que o de crianças e adolescentes aptos a serem adotados, com mais de 28 mil inscritos em todo o país.
Maria Aparecida diz que a principal barreira para que muitas crianças e jovens não sejam inseridas em uma nova família é o perfil exigido pelos inscritos no cadastro. “Muitos candidatos pensam em adotar já com um perfil pré-estabelecido: branca, com até três anos de idade e em sua maioria a preferência é por meninas”, explica Aparecida. A assistente social complementa que isso pode ser explicado, em alguns casos, pelo desejo que o casal, ou o indivíduo, tem de que a criança possua semelhanças físicas com a família.
Levantamentos do CNA mostram que a maioria dos interessados anseia por crianças com até três anos de idade. Eles chegam a somar 76,01% dos cadastrados.
Das crianças e adolescentes disponíveis para a adoção, 45,92% são pardas, 33,8% brancas e 19,06% negras. Um total de 77,16% dessas crianças têm irmãos, sendo 35,99% com o familiar também inscrito no Cadastro Nacional de Adoção.
Já o relatório dos pretendentes, mostra que apenas 18,08% estão dispostos a adotar irmãos. A maioria dos cadastrados (82,45%) deseja apenas uma criança. Com relação à raça, 90,91% dos interessados aceitam adotar brancos, 61,87%, pardos e 34,99%, negros.

PASSOS PARA ADOÇÃO
– Dirigir-se à Vara da Infância e Juventude da cidade mais próxima (ou ligar), para se informar quais documentos são necessários para dar entrada ao pedido.
– Após levar todos os documentos, se aprovado em análise preliminar, o interessado em adotar é convocado para entrevista com psicólogo e assistente social. Neste momento, é possível informar as características que busca na criança: idade, sexo e tipo físico.
– Se aprovado nessa fase, o interessado passa a integrar o cadastro de habilitados e está apto a adotar.
– O serviço social confrontará os dados fornecidos pelo interessado com o cadastro de crianças disponíveis para adoção; caso haja coincidência de dados, o interessado é avisado.
– Avisado sobre a existência da criança, o pretendente pode encontrar-se com ela na Vara da Infância e Juventude ou em abrigo.
– O juizado promoverá uma aproximação gradativa entre a criança e o candidato à adoção, chamado de estágio de convivência, que varia de caso a caso e é acompanho por equipe psicossocial e entrevistas periódicas.
– A sentença judicial de adoção é lavrada ao terminar o estágio de convivência, em prazo estabelecido pelo juiz.
http://cbnfoz.com.br/bem-estar/editorial/na-sala-de-estar/21062013-29655-adocao-tem-que-ser-acima-de-tudo-um-ato-de-amor

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