quinta-feira, 13 de junho de 2013

Criança está com a mãe e dificilmente voltará, diz delegado

Cotidiano / CASO IDA VERÔNICA
13.06.2013 | 17h15 - Atualizado em 13.06.2013 | 18h04
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Por não ter nacionalidade brasileira retorno estaria descartado, diz Flávio Stringueta


Mary Juruna/ MidiaNews
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Delegado responsável, Flávio Stringueta afirma que volta de Ida Verônica é questão diplomática
ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
O delegado e chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, Flávio Stringueta, afirmou que a menina Ida Verônica Feliz, 8 anos, está com a mãe biológica Élida Isabel Feliz, provavelmente na República Dominicana, e dificilmente voltará ao Brasil.

Ida foi raptada da casa de sua família adotiva, no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, no dia 26 de abril. Os principais suspeitos de terem ordenado o rapto são os pais biológicos da menina, o italiano Pablo Milano Escarfulleri e a dominicana Elida. Ambos são condenados por tráfico internacional de drogas.

“Hoje, o que podemos divulgar é que temos 100% de certeza que Ida está com os pais biológicos ou, pelo menos, com a mãe. Eu diria também que praticamente encontramos a menina, sabemos onde ela está, apenas não visualizamos”, disse ele ao MidiaNews.

O problema, segundo Stringueta, é que entre descobrir onde Ida Verônica está e trazê-la de volta ao país há um abismo.

“Encontrar a menina não vai trazer nenhum alento para a família adotiva porque nós não podemos falar ‘vamos trazê-la de volta’. Mesmo porque vai ser uma briga diplomática e jurídica que foge do âmbito da polícia aqui no Brasil”, afirmou.
"Encontrar a menina não vai trazer nenhum alento para a família adotiva porque nós não podemos falar que vamos trazê-la de volta"


A “briga” se deve ao fato de que Ida não tem nacionalidade brasileira, o que não obrigaria o retorno dela ao país. Além disso, o processo legal para adoção da menina pela família brasileira não foi concluído.

O sequestro

Segundo a principal testemunha, na tarde do dia 26 de abril, um homem bateu na porta da casa da família adotiva de Verônica, perguntando sobre a venda de um terreno em frente à residência. Em seguida, pediu água e perguntou se havia mais alguém na casa.

O suspeito foi atendido pela irmã de Ida. Depois que ela voltou e a criança apareceu, o suspeito apontou uma arma de fogo para a cabeça da irmã, puxando a criança para fora da residência. O suspeito fugiu em um Celta branco, onde estava um comparsa dele.

Durante as investigações, foram confeccionados dois retratos falados, sendo um deles do homem que usou o celular de uma mulher, em Matupá (695 km ao Norte de Cuiabá), para enviar uma mensagem ao celular da irmã da menina adotiva, na tarde do sequestro.

O segundo retrato falado é do homem que entrou na casa e sequestrou a menina. De acordo com descrições da principal testemunha do caso, o suspeito é pardo escuro, idade entre 35 e 37 anos, altura entre 1,70 a 1.75 metros, e usa cavanhaque.

Pais biológicos

Os pais biológicos de Ida Verônica foram presos no Brasil por tráfico de drogas em 2006.

A mãe, Élida Isabel, foi presa em um apartamento em Florianópolis (SC), com 3 mil comprimidos de ecstasy. Pelo crime, ela foi condenada a 10 anos de prisão.

O pai, Pablo Milano Escarfulleri, foi preso por tráfico internacional e expulso do país no ano de 2009, após cumprir pena por tráfico de drogas em Mato Grosso.

A mãe, que tem nacionalidade dominicana, foi colocada em liberdade, mas depois teve novamente a prisão preventiva decretada pela Justiça de Santa Catarina, por quebra de regime.

No dia 30 de setembro de 2010, a mulher fugiu, levando outro filho biológico - na época, com três anos -, que morava provisoriamente com uma família, na cidade de Tubarão (SC). O menino nasceu na prisão.

A mãe biológica aproveitou-se de uma das visitas autorizadas pela Justiça e raptou a criança.

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