Jô, que será apresentado no Marcílio Dias nesta quinta, morou por quatro anos com o atacante do Santos e ajudou a consolá-lo após crise com Dorival Júnior
Amizade de Neymar com Jô faz atacante chamá-lo
de irmão adotivo (Foto: Arquivo Pessoal)
O calendário na parede da escola em Petrolina mostrava que o ano era
2005. Apreensivo, Joclécio, de apenas 13 anos, criou coragem, se
despediu dos amigos de classe e da família e embarcou em uma viagem de
quase três mil quilômetros em busca de um sonho. Era o Santos, time do
Rei Pelé, que estava chamando o menino de Pernambuco para treinar nas
categorias de base. Sem conhecer ninguém na cidade paulista, ele colocou
seu uniforme alvinegro e entrou em campo para o primeiro dia na Vila
Belmiro. Um passe bonito, uma marcação forte, e o olhar encontrou um
sorriso parecido com o seu. Alguém que também queria brilhar no futuro
do Peixe. Assim, nascia a “irmandade” entre Jô e Neymar.de irmão adotivo (Foto: Arquivo Pessoal)
A amizade iniciada logo na chegada a Santos cresceu com o tempo. Cerca de um ano depois, Neymar convidou Jô para deixar o alojamento e ir morar em sua casa. A família recebeu o adolescente de braços abertos, e o atacante até passou a chamar o amigo de “irmão adotivo”.
Não importa o que aconteça, ele vai ser sempre meu irmão, e eu vou ser seu fã número 1"
Jô
- Eu estava parado porque, quando fui para o Qatar, perdi o período de inscrição para jogar a Copinha pelo Santos. Então, o Neymar (pai do atacante, que tem o mesmo nome) conversou com o pessoal do Marcílio e o Júnior (Gonzalez, empresário do jogador) conseguiu essa oportunidade para mim. Espero dar muita alegria à torcida, que eu já vi que gosta muito de futebol - contou o volante, que chegou há apenas dois dias na cidade de Itajaí, casa do Marinheiro, apelido da equipe catarinense.
Jô brinca: ‘É difícil Neymar passar por mim’
Jô treinou ao lado de Neymar durante quase três anos. Mas engana-se quem pensa que o pernambucano tem o mesmo estilo do atacante. Volante de marcação, ele conta que cada um faz a sua função no time e garante que, contra ele, o jogador do Peixe não tem tanta facilidade para dar seus dribles.
Jô jogou ao lado de Neymar e Ganso nas categorias de base do Santos (Foto: Arquivo Pessoal)
- Deixo a parte de fazer gols mais para ele. Meu negócio é marcar,
ficar em cima e sair para o jogo só quando der. Posso falar que marcar
um cara da capacidade dele é complicado. Mas eu já me dei muito bem em
cima dele também. É difícil ele passar por mim (risos) - brincou.O volante contou até uma artimanha do irmão para tentar enganar sua marcação.
- Na época da base, ele era titular, e eu, reserva. Então, brincava muito comigo porque, quando a bola está longe, eu, às vezes, fico meio desligado, só olhando para a frente, acompanhando a jogada lá. Então, ele vinha para o meu lado e gritava: “Olha a bola”. Eu levava um susto e saía correndo. Aí, ele começava a rir - contou Jô.
Consolo a Neymar na crise com Dorival Júnior
Jô teve de consolar Neymar depois da crise com o
técnico Dorival Júnior (Foto: Arquivo Pessoal)
Apesar das brincadeiras, Jô lembrou de um momento em que o sorriso de
Neymar deu lugar a uma expressão chateada. Era a fase de maior tensão da
carreira do atacante. Em setembro de 2010, o jogador xingou Dorival
Júnior por não ter permitido que ele cobrasse um pênalti
contra o Atlético-GO durante o Brasileirão. A indisciplina teve grande
repercussão, com o técnico do Dragão, René Simões, dizendo que “estavam criando um monstro”. A diretoria do Santos decidiu não atender ao pedido de Dorival de dar uma punição mais severa ao atleta e demitiu o treinador.técnico Dorival Júnior (Foto: Arquivo Pessoal)
- Foi um momento muito difícil. Uma hora em que tive que emprestar meu ombro de irmão mesmo. O René estava um pouco nervoso, falou sem pensar no que o Neymar poderia sentir. Então, para distraí-lo, saíamos para comer alguma coisa fora de casa, para brincar. Depois, voltávamos e jogávamos sinuca e videogame - lembrou Jô.
Fã número 1 de Neymar
Depois de quatro anos morando na mesma casa, Jô e Neymar não estão mais dividindo o teto desde novembro, quando o volante foi para o Qatar. Agora, em Itajaí, ele admite que vai sentir falta das conversas e brincadeiras com o irmão.
- Conheci o Neymar no meu primeiro dia de treino em Santos. Tinha só 13 anos. Vai ser estranho ficar longe dele. A gente sempre esteve junto, torcendo um pelo outro, brincando, fazendo piada. Mas a vida é assim mesmo, né? Não importa o que aconteça, ele vai ser sempre meu irmão, e eu vou ser seu fã número 1 - concluiu Jô.
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2011/01/irmao-adotivo-de-neymar-joga-em-sc-e-brinca-e-dificil-ele-passar-por-mim.html
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