Meu nome é Alessandra e sou casada há 12 anos com o Walter. Quando nos
conhecemos ele me contou que havia feito vasectomia e fiquei muito
confusa. Depois de um mês começamos a namorar. Ele já vinha de outro
casamento que não deu certo, tem dois filhos, uma moça e um rapaz, já é
avô. Sempre pensei na adoção, sempre acreditei fielmente que o nosso
filho viria de adoção, nunca busquei outros recursos na medicina.
Quando Deus colocou o meu esposo na minha vida, não foi em vão. E foram
12 anos indecisos porque eu não me via com bebê, tive que convencer o
meu esposo e família porque não havia casos de adoção na nossa família,
quebra de paradigmas. E sempre o povo vem com histórias absurdas, quando
comecei a participar do grupo de adoção no Orkut pude aprender, e ainda
aprendo, muita coisa. Assim. aos poucos fui conversando com o meu
esposo e familiares.
Em 2010 decidimos fazer o cadastro, conversava
muito com o meu esposo e dizia que na 1ª vez que fôssemos chamados, já
seria para encontrar o nosso filho. Sempre tive um diário (segredo
total), escolhi o nome dele que seria Manoel (nome do meu avô materno) e
todos os dias orava por ele, filho. No dia 16 de abril de 2011,
aniversário do meu pai, o fórum nos chamou. Quando a assistente Social
me falou o nome da criança não tive nenhuma dúvida que era o meu filho
mesmo sem conhecê-lo. Meu esposo sempre me apoiou, quando contei para
ele do meu segredinho ficou completamente radiante e os meus pais
também.
Fomos pela 1ª vez no abrigo, é o nosso filho, eu disse para o
meu esposo… Chorei muito com ele no meu colo e tive muita vontade de
levá-lo pra casa. Foram três meses de estágio de convivência com muita
paz, tranquilidade, amor, diálogo, passeios, paciência e confesso que
sofri muito no período do estágio, me sentia insegura por saber que a
família biológica é da cidade vizinha.
Durante o período de estágio
sem menos esperar encontrei a avó bio na cidade onde moramos, perto do
supermercado, ela nos parou e me olhou de baixo em cima (gelei), fez
perguntas ao meu filho e ele respondeu educadamente, não estava
preparada para um encontro inesperado (a bio. inda não tinha perdido o
pátrio poder). Em outro dia, em período de estágio a tia bio e com os
filhos também acabamos nos encontrando quase perto da casa onde moramos
por várias vezes me questionava quanto a essas questões que não faziam
parte dos meus planos e o medo de perdê-lo era imenso. E assim tive que
saber/aprender a lidar/imaginava tudo diferente e confesso que no início
foi assustador.
Ensinamos o nosso filho a orar por ela e com ele
oro também agradecendo por ter guardado ele na barriga dela para mim,
ele sempre fica em silêncio e respeitamos. Tive momentos de muita
insegurança e medo ao mesmo tempo, tudo de repente, não me via mais sem
ele e o medo era fatal, pois ele nos completa e a casa ficou cheia
porque ele é alegria vinte e quatro horas por dia.
Ganhamos à guarda
provisória no dia do aniversário do meu esposo em julho e no dia 15 de
julho completamos 12 anos de casados e o nosso filho com 11 anos de
idade. E no dia 13/12/2012 ganhamos de presente a Certidão. Hoje o nosso
filho está com 13 anos e já progrediu muito e em todos os sentidos.
DE REPENTE…
Eu que pensava que já estava completa a família, Deus coloca a Dani na
minha no meu coração. Costumo dizer que as minhas gestações são rápidas
demais!!
No início do ano o Oficial de justiça veio nos trazer uma
intimação para irmos ao fórum para assinarmos se queria ou não continuar
na fila de adoção, fomos juntamente com o Wictor Manoel, até por que
ele sempre pediu irmãos (não temos contatos com a família biológica dele
e não sabemos nada com relação aos irmãos). E quando foi em fevereiro
vi uma postagem de uma pessoa, que acabou sendo a minha “fada madrinha”
no grupo ‘História de Adoção’ no face book, falando de uma colega que
iria viajar do RJ para Sertãozinho para conhecer a filha que estava no
abrigo. Então tentei ajuda-la procurando contatos em Ribeirão Preto para
hospedagem por ser uma cidade vizinha, mas, não consegui. E mesmo assim
deu tudo certo com relação essa pessoa (Aline e esposo), ela conheceu a
filhinha Thalia com 5 anos de idade, coração de mãe não se engana.
Poucos dias depois uma outra pessoa (Mariângela e esposo) viajou para
Sertãozinho para conhecer também o seu filhinho João Ricardo com 7 anos.
Até então não sabia de nada sobre a visita da Aline ao abrigo e como
foi, olhava sempre no grupo para verificar se havia informação, nada. E
quando foi no dia 15 de março de 2013 recebi uma mensagem da Aline
perguntando sobre o nosso perfil (porque eu havia comentado no grupo que
já estava grávida logo assim que assinei a documentação no fórum) e o
nosso perfil sempre foi para crianças com 5 a 7 anos de idade (perfil
flexível), cor e sexo era indiferente.
Ela me falou de uma menina
com 12 anos que era irmãzinha de sua filhinha e irmãzinha do filhinho da
Mari. Na mesma hora liguei para o meu esposo, contei toda história,
conversamos com Wictor Manoel que por sinal ficou muito feliz, via no
olhar dele o desejo em ter irmãos devido toda a sua história. Quando foi
no dia 19 de março fomos ao abrigo para conhecer a Daniela com 12 anos,
amor á primeira vista, era a minha filha e não tinha como negar. Fomos
umas duas vezes visitá-la no abrigo e ela também em nossa residência.
Quando foi no dia 05/04 fomos ao abrigo para buscá-la já com a guarda
provisória para 90 dias, foi um dia muito feliz e ao mesmo tempo triste
por que ela iria deixar dois irmãos ainda no abrigo dos meninos, são
cinco irmãos. Ela, se controlando para não chorar, almoçamos todos no
abrigo e no momento da despedida para mim foi um momento angustiante de
toda a minha vida, tentei segurar as lágrimas por que via o quanto ela
estava sendo forte, ou tentando ser, para os irmãos não sofrerem.
O
Matheus H. com 10 anos me pediu uma família e o Lucas G. com 15 anos
muito tímido e semblante abatido. Foram quatro meses e meio que mais
fiquei triste, não contei para ninguém por que sabia que iam tentar
tirar a ideia da minha cabeça, por que no meu coração eles já eram meus,
Matheus H. e o Lucas G.
Tinha medo da reação do meu esposo e
família, e também por questões financeiras por que seriam mais dois,
quatro filhos…Tomei coragem, falei como meu esposo, tomou um susto no
primeiro momento! Deixei o susto passar, até que no dia 21 de agosto
liguei para o fórum e falei da adoção dos dois irmãos da minha Dani,
tomaram um susto também! Quando foi no dia 23/08 eles vieram para a
nossa residência e passaram conosco 13 dias, retornamos ao abrigo no dia
03/09 para trazê-los já com a guarda provisória para 120 dias…
Nunca vou esquecer esse dia, o sorriso no rosto do Lucas por que não
tinha esperança, sabia disso e estava sendo preparado para ficar devido a
idade e a alegria do Matheus por ter logo uma família assim como os
irmãos. Tento imaginar o mundo de uma criança em um abrigo há seis anos
vendo a vida acontecer lá fora. Segui meu coração sim e coração de mãe
não se engana nunca!
Não foi fácil encarar a sociedade e alguns
comentários tipo: você é louca! Você vai direto para o céu! Você é uma
santa! Você não tem medo de adotar um menino com 15 anos? Nossa como
você é maluca, ainda vai se arrepender! Precisa de ônibus só para vocês!
Monta uma creche Alessandra? Mas, estou tirando de letra contando
sempre com a força de Deus!
Muitos foram os comentários!! Deus é conosco e até hoje só temos bênçãos para contar e creio que será sempre assim.
Todo o dia aparece alguém para perguntar “se está tudo bem”, querendo
ouvir alguma tragédia. Confesso, com o coração limpo que os meus filhos
são maravilhosos, obedientes, inteligentes, amorosos,… O melhor presente
que ganhei no ano de 2013, três filhos.
Todos me chamam de mãe e o meu esposo de pai, o Wictor Manoel adotou eles como irmãos e eles também, vivemos em paz!
Digo sempre: #FARIATUDODENOVO
Não nasceram de mim, mas para mim!
Alessandra Monteiro, 40 anos, professora.
Elá é a mãe coruja do Witor (13), Daniela (12), Lucas (15) e Matheus (10).
http://doutissima.com.br/post/ relato-de-uma-mae-adotiva-conhe ca-historia-de-alessadra/
Meu nome é Alessandra e sou casada há 12 anos com o Walter. Quando nos conhecemos ele me contou que havia feito vasectomia e fiquei muito confusa. Depois de um mês começamos a namorar. Ele já vinha de outro casamento que não deu certo, tem dois filhos, uma moça e um rapaz, já é avô. Sempre pensei na adoção, sempre acreditei fielmente que o nosso filho viria de adoção, nunca busquei outros recursos na medicina.
Quando Deus colocou o meu esposo na minha vida, não foi em vão. E foram 12 anos indecisos porque eu não me via com bebê, tive que convencer o meu esposo e família porque não havia casos de adoção na nossa família, quebra de paradigmas. E sempre o povo vem com histórias absurdas, quando comecei a participar do grupo de adoção no Orkut pude aprender, e ainda aprendo, muita coisa. Assim. aos poucos fui conversando com o meu esposo e familiares.
Em 2010 decidimos fazer o cadastro, conversava muito com o meu esposo e dizia que na 1ª vez que fôssemos chamados, já seria para encontrar o nosso filho. Sempre tive um diário (segredo total), escolhi o nome dele que seria Manoel (nome do meu avô materno) e todos os dias orava por ele, filho. No dia 16 de abril de 2011, aniversário do meu pai, o fórum nos chamou. Quando a assistente Social me falou o nome da criança não tive nenhuma dúvida que era o meu filho mesmo sem conhecê-lo. Meu esposo sempre me apoiou, quando contei para ele do meu segredinho ficou completamente radiante e os meus pais também.
Fomos pela 1ª vez no abrigo, é o nosso filho, eu disse para o meu esposo… Chorei muito com ele no meu colo e tive muita vontade de levá-lo pra casa. Foram três meses de estágio de convivência com muita paz, tranquilidade, amor, diálogo, passeios, paciência e confesso que sofri muito no período do estágio, me sentia insegura por saber que a família biológica é da cidade vizinha.
Durante o período de estágio sem menos esperar encontrei a avó bio na cidade onde moramos, perto do supermercado, ela nos parou e me olhou de baixo em cima (gelei), fez perguntas ao meu filho e ele respondeu educadamente, não estava preparada para um encontro inesperado (a bio. inda não tinha perdido o pátrio poder). Em outro dia, em período de estágio a tia bio e com os filhos também acabamos nos encontrando quase perto da casa onde moramos por várias vezes me questionava quanto a essas questões que não faziam parte dos meus planos e o medo de perdê-lo era imenso. E assim tive que saber/aprender a lidar/imaginava tudo diferente e confesso que no início foi assustador.
Ensinamos o nosso filho a orar por ela e com ele oro também agradecendo por ter guardado ele na barriga dela para mim, ele sempre fica em silêncio e respeitamos. Tive momentos de muita insegurança e medo ao mesmo tempo, tudo de repente, não me via mais sem ele e o medo era fatal, pois ele nos completa e a casa ficou cheia porque ele é alegria vinte e quatro horas por dia.
Ganhamos à guarda provisória no dia do aniversário do meu esposo em julho e no dia 15 de julho completamos 12 anos de casados e o nosso filho com 11 anos de idade. E no dia 13/12/2012 ganhamos de presente a Certidão. Hoje o nosso filho está com 13 anos e já progrediu muito e em todos os sentidos.
DE REPENTE…
Eu que pensava que já estava completa a família, Deus coloca a Dani na minha no meu coração. Costumo dizer que as minhas gestações são rápidas demais!!
No início do ano o Oficial de justiça veio nos trazer uma intimação para irmos ao fórum para assinarmos se queria ou não continuar na fila de adoção, fomos juntamente com o Wictor Manoel, até por que ele sempre pediu irmãos (não temos contatos com a família biológica dele e não sabemos nada com relação aos irmãos). E quando foi em fevereiro vi uma postagem de uma pessoa, que acabou sendo a minha “fada madrinha” no grupo ‘História de Adoção’ no face book, falando de uma colega que iria viajar do RJ para Sertãozinho para conhecer a filha que estava no abrigo. Então tentei ajuda-la procurando contatos em Ribeirão Preto para hospedagem por ser uma cidade vizinha, mas, não consegui. E mesmo assim deu tudo certo com relação essa pessoa (Aline e esposo), ela conheceu a filhinha Thalia com 5 anos de idade, coração de mãe não se engana. Poucos dias depois uma outra pessoa (Mariângela e esposo) viajou para Sertãozinho para conhecer também o seu filhinho João Ricardo com 7 anos.
Até então não sabia de nada sobre a visita da Aline ao abrigo e como foi, olhava sempre no grupo para verificar se havia informação, nada. E quando foi no dia 15 de março de 2013 recebi uma mensagem da Aline perguntando sobre o nosso perfil (porque eu havia comentado no grupo que já estava grávida logo assim que assinei a documentação no fórum) e o nosso perfil sempre foi para crianças com 5 a 7 anos de idade (perfil flexível), cor e sexo era indiferente.
Ela me falou de uma menina com 12 anos que era irmãzinha de sua filhinha e irmãzinha do filhinho da Mari. Na mesma hora liguei para o meu esposo, contei toda história, conversamos com Wictor Manoel que por sinal ficou muito feliz, via no olhar dele o desejo em ter irmãos devido toda a sua história. Quando foi no dia 19 de março fomos ao abrigo para conhecer a Daniela com 12 anos, amor á primeira vista, era a minha filha e não tinha como negar. Fomos umas duas vezes visitá-la no abrigo e ela também em nossa residência.
Quando foi no dia 05/04 fomos ao abrigo para buscá-la já com a guarda provisória para 90 dias, foi um dia muito feliz e ao mesmo tempo triste por que ela iria deixar dois irmãos ainda no abrigo dos meninos, são cinco irmãos. Ela, se controlando para não chorar, almoçamos todos no abrigo e no momento da despedida para mim foi um momento angustiante de toda a minha vida, tentei segurar as lágrimas por que via o quanto ela estava sendo forte, ou tentando ser, para os irmãos não sofrerem.
O Matheus H. com 10 anos me pediu uma família e o Lucas G. com 15 anos muito tímido e semblante abatido. Foram quatro meses e meio que mais fiquei triste, não contei para ninguém por que sabia que iam tentar tirar a ideia da minha cabeça, por que no meu coração eles já eram meus, Matheus H. e o Lucas G.
Tinha medo da reação do meu esposo e família, e também por questões financeiras por que seriam mais dois, quatro filhos…Tomei coragem, falei como meu esposo, tomou um susto no primeiro momento! Deixei o susto passar, até que no dia 21 de agosto liguei para o fórum e falei da adoção dos dois irmãos da minha Dani, tomaram um susto também! Quando foi no dia 23/08 eles vieram para a nossa residência e passaram conosco 13 dias, retornamos ao abrigo no dia 03/09 para trazê-los já com a guarda provisória para 120 dias…
Nunca vou esquecer esse dia, o sorriso no rosto do Lucas por que não tinha esperança, sabia disso e estava sendo preparado para ficar devido a idade e a alegria do Matheus por ter logo uma família assim como os irmãos. Tento imaginar o mundo de uma criança em um abrigo há seis anos vendo a vida acontecer lá fora. Segui meu coração sim e coração de mãe não se engana nunca!
Não foi fácil encarar a sociedade e alguns comentários tipo: você é louca! Você vai direto para o céu! Você é uma santa! Você não tem medo de adotar um menino com 15 anos? Nossa como você é maluca, ainda vai se arrepender! Precisa de ônibus só para vocês! Monta uma creche Alessandra? Mas, estou tirando de letra contando sempre com a força de Deus!
Muitos foram os comentários!! Deus é conosco e até hoje só temos bênçãos para contar e creio que será sempre assim.
Todo o dia aparece alguém para perguntar “se está tudo bem”, querendo ouvir alguma tragédia. Confesso, com o coração limpo que os meus filhos são maravilhosos, obedientes, inteligentes, amorosos,… O melhor presente que ganhei no ano de 2013, três filhos.
Todos me chamam de mãe e o meu esposo de pai, o Wictor Manoel adotou eles como irmãos e eles também, vivemos em paz!
Digo sempre: #FARIATUDODENOVO
Não nasceram de mim, mas para mim!
Alessandra Monteiro, 40 anos, professora.
Elá é a mãe coruja do Witor (13), Daniela (12), Lucas (15) e Matheus (10).
http://doutissima.com.br/post/

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