IDADE CRIA BARREIRA ADICIONAL PARA ADOÇÃO NA ITÁLIA
27 de Março de 2013
BBCBrasil.com
Casais italianos que tentam adotar crianças brasileiras enfrentam
barreiras burocráticas adicionais em seu país. Isso acontece porque
crianças disponíveis para adoção por estrangeiros no Brasil costumam ser
mais velhas, e o sistema italiano favorece a adoção de crianças mais
novas.
A Itália é o país para onde vai a maior parte das crianças
brasileiras adotadas por estrangeiros - 284 de um total de 315 em 2011.
Procurados pela BBC Brasil, dois casais de italianos disseram estar há
cerca de cinco anos tentando adotar crianças brasileiras.
Eles
estão atualmente no chamado estágio de convivência, que exige a
permanência no Brasil com as crianças por ao menos 30 dias.
Apesar
das dificuldades, os casais, que pediram para não ter seus sobrenomes
revelados, disseram achar justo que o Brasil priorize a adoção por
brasileiros.
Irmão mais velho
O casal Enrico, de 44 anos, e
Sabrina, de 47, já está há quatro anos e 11 meses tentando adotar. Eles
disseram que a empatia com o Brasil e o "sorriso das crianças
brasileiras" os fez escolher seu destino.
No início, o casal de Roma
recebeu autorização da Justiça italiana para adotar "um ou dois menores
de até cinco anos". Percebendo a dificuldade em encontrar crianças
nessa faixa etária, pediram nova autorização na Itália para adotar
crianças mais velhas.
A extensão veio com nova limitação: até sete
anos. O casal terminou encontrando as duas irmãs que agora tentam adotar
- uma de cinco e outra de nove anos - e tiveram que pedir outra
autorização para poder adotar a menina mais velha.
O pedido demorou
três anos para ser aceito. Mas as regras que restringem a idade impedem
que o casal possa adotar também o irmão das meninas, de 14 anos.
TRANSPARÊNCIA
Fabrizio, de 47 anos, e Laura, de 46 anos, que moram na região de Roma, têm história parecida.
Eles tentam há cinco anos adotar uma criança brasileira. No início
receberam de um tribunal de Roma autorização para adotar crianças com
até cinco anos, e terminaram pedindo a extensão da idade.
O casal
diz que decidiu adotar no Brasil por ter sido informado que no país há
mais transparência sobre o histórico familiar e de saúde das crianças, o
que, segundo eles, lhes permite avaliar melhor com antecedência os
desafios que irão enfrentar com os filhos.
As crianças que pretendem
adotar no Brasil têm oito e 12 anos. O de 12 tem problemas de saúde e
precisa de tratamento médico constante.
Para eles, é natural que a
lei brasileira priorize o acesso de brasileiros a crianças que estão
sendo adotadas, antes que elas sejam oferecidas a estrangeiros, pois "em
todos os países, a lei prioriza os direitos de seus cidadãos".
Além
disso, Fabrizio e Laura entendem que a criança continuará a ter sua
cultura própria "apesar de todo o carinho que um casal estrangeiro lhe
venha a oferecer", por isso é melhor que fique em seu país.
BBC BRASIL.com
http://noticias.terra.com.br/brasil/idade-cria-barreira-adicional-para-adocao-na-italia,a90b45034e8ad310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário