quinta-feira, 6 de junho de 2013

FALTA DE AGILIDADE EM PROCESSOS DIFICULTA ADOÇÃO

05/06/2013
Por: Adriana Oliveira

A falta de agilidade em julgar os processos de crianças que estão nos abrigos para disponibiliza-los para adoção aliada à preferência dos candidatos de adotar meninas brancas menores de três anos e saudáveis torna o processo complicado e demorado.
Segundo pesquisa realizada pelo Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (CRIA), de 2012, nos 6 abrigos da capital encontra-se 215 crianças. Nessa estatística 59% são meninas e 41% meninos.
Um ponto preocupante é a demora nos processos de adoção, que geralmente leva anos. “Algumas crianças que estão nos abrigos foram retiradas da família apenas enquanto o processo deles seja julgado, pois algumas foram levadas até lá devido a maus tratos, a abuso sexual, assim apenas 3% das crianças que estão nas casas de adoção estão prontas para adoção”, afirma Maria Francimélia Nogueira, presidente do CRIA.
De acordo com Francimelia a falta de agilidade nos processos é prejudicial tanto para quem está nos abrigos quanto para quem quer adotar, que deveria ser uma medida excepcional. “As crianças que ainda não estão de forma definitiva no abrigo deveriam ter seus processos julgados e renovados em um prazo de seis e renovados em até 3 vezes, ou seja um máximo de 2 anos, no entanto isso não acontece, assim elas não podem ser adotadas e nem voltar para casa, o que é preocupante, pois enquanto o tempo passa elas crescem sem família”, declara Francimélia Nogueira.
Na pesquisa do CRIA, os principais motivos do acolhimento das crianças em abrigos são decorrentes do uso de drogas por parte dos pais e abandono, que somam 29%, enquanto 24,4% negligência e 19% maus tratos e violência sexual.
Dessas crianças que não tem processo julgado, 59,4% estão sem nenhum vínculo familiar. “Então sabendo desses números, seguindo do perfil que os candidatos buscam, além da falta de agilidade dos processos faz com que elas vivem sem uma família, em nossos cadastros temos família na espera de adotar uma criança desde 2006”, ressalta a presidente do CRIA.
Dados mais alarmantes denunciam a falta de preocupação com o caso. A jovem de inicial F. chegou a um abrigo da capital com apenas três dias de nascimento e atualmente está com 17 anos. “Casos assim nos preocupa por que nessa idade nenhum a família quer adotar, aí entra a questão para onde esse jovem vai quando completar a maioridade”, finaliza Francimélia Nogueira.
Foto: Francimélia Nogueira
http://www.acessepiaui.com.br/geral/falta-de-agilidade-em-processos-dificulta-ado-o/35821.html

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