FALTA DE AGILIDADE EM PROCESSOS DIFICULTA ADOÇÃO
05/06/2013
Por: Adriana Oliveira
A falta de agilidade em julgar os processos de crianças que estão nos
abrigos para disponibiliza-los para adoção aliada à preferência dos
candidatos de adotar meninas brancas menores de três anos e saudáveis
torna o processo complicado e demorado.
Segundo pesquisa realizada pelo Centro de Reintegração Familiar e
Incentivo à Adoção (CRIA), de 2012, nos 6 abrigos da capital encontra-se
215 crianças. Nessa estatística 59% são meninas e 41% meninos.
Um
ponto preocupante é a demora nos processos de adoção, que geralmente
leva anos. “Algumas crianças que estão nos abrigos foram retiradas da
família apenas enquanto o processo deles seja julgado, pois algumas
foram levadas até lá devido a maus tratos, a abuso sexual, assim apenas
3% das crianças que estão nas casas de adoção estão prontas para
adoção”, afirma Maria Francimélia Nogueira, presidente do CRIA.
De
acordo com Francimelia a falta de agilidade nos processos é prejudicial
tanto para quem está nos abrigos quanto para quem quer adotar, que
deveria ser uma medida excepcional. “As crianças que ainda não estão de
forma definitiva no abrigo deveriam ter seus processos julgados e
renovados em um prazo de seis e renovados em até 3 vezes, ou seja um
máximo de 2 anos, no entanto isso não acontece, assim elas não podem ser
adotadas e nem voltar para casa, o que é preocupante, pois enquanto o
tempo passa elas crescem sem família”, declara Francimélia Nogueira.
Na pesquisa do CRIA, os principais motivos do acolhimento das crianças
em abrigos são decorrentes do uso de drogas por parte dos pais e
abandono, que somam 29%, enquanto 24,4% negligência e 19% maus tratos e
violência sexual.
Dessas crianças que não tem processo julgado,
59,4% estão sem nenhum vínculo familiar. “Então sabendo desses números,
seguindo do perfil que os candidatos buscam, além da falta de agilidade
dos processos faz com que elas vivem sem uma família, em nossos
cadastros temos família na espera de adotar uma criança desde 2006”,
ressalta a presidente do CRIA.
Dados mais alarmantes denunciam a
falta de preocupação com o caso. A jovem de inicial F. chegou a um
abrigo da capital com apenas três dias de nascimento e atualmente está
com 17 anos. “Casos assim nos preocupa por que nessa idade nenhum a
família quer adotar, aí entra a questão para onde esse jovem vai quando
completar a maioridade”, finaliza Francimélia Nogueira.
Foto: Francimélia Nogueira
http://www.acessepiaui.com.br/geral/falta-de-agilidade-em-processos-dificulta-ado-o/35821.html
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