quinta-feira, 6 de junho de 2013

CAMPOS: SEGUNDO NO RANKING DE ADOÇÕES


02.06.2013

No estado do Rio, dos 2.377 menores que vivem em instituições públicas acolhedoras (os ex-orfanatos e ex-abrigos), somente 235 (aproximadamente 10%) estão aptos a serem adotados, segundo levantamento do Ministério Público. São 1.008 aguardando sentenças sobre destituição do poder familiar, e os demais têm pais em tratamento de dependência química ou não querem viver com outra família. Dos que estão prontos para receberem um novo lar, 56 vivem nas Unidades de Acolhimento Infantil (UAI), projeto municipal em Campos. O município é o segundo no Rio de Janeiro que mais tem crianças adotadas, perdendo somente para a capital.
O lugar de destaque no ranking foi citado durante o ciclo de palestras “Adoções Possíveis — um momento de reflexão”, que aconteceu no dia 23 no Fórum de Campos, e que serviu como parte das comemorações ao Dia Nacional da Adoção, lembrado no dia 25. Somente no período de um ano foram 33 adoções, segundo explicou na ocasião o juiz de Direito da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, Heitor Campinho. O município tem se destacado desde 2010, quando o juiz implantou as Audiências Concentradas, em conformidade com a Corregedoria Nacional de Justiça. Tais audiências são realizadas todos os anos, em abril e outubro, e estabelecem a prioridade nos casos de crianças e adolescentes que vivem em instituições acolhedoras. Antes, não havia urgência, todo o processo que envolvesse menores era tratado como prioridade. Com a mudança, o processo de adoção vem ganhando celeridade. O que podia se arrastar por mais de dois anos, pode chegar a dois meses.
— São feitos muitos estudos sociais e psicológicos, há o estágio de convivência, e depois vem a guarda provisória. Os casos em que não há a adaptação entre pais e filhos são muito poucos. Nesse tempo temos visto que quem começa a adotar, não para — relata o juiz Heitor Campinho.
Participam das Audiências Concentradas, representantes da Vara da Infância e da Juventude; do Ministério Público; da Defensoria Pública; de algumas secretarias municipais; e o corpo técnico das UAI, formado por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. Financiados com cerca de 30% da verba da Fundação Municipal de Infância e Juventude (FMIJ), os UAI são seis: Cativar (adolescentes meninas), Conviver (adolescentes meninos), Portal da Infância (crianças de 5 a 12 anos), Centro de Referência do Adolescente – CRA (que deveria funcionar somente como triagem, mas por decisões judiciais de outras comarcas acolhem adolescentes de outras cidades e estados), Aconchego e Lara (ambos que recebem crianças de zero a sete anos).
Além dessas casas, o presidente da FMIJ, Thiago Ferrugem, anuncia a criação de mais duas até o fim do ano. A primeira, no Centro, será especializada no tratamento a adolescentes dependentes químicos (dos cerca de 150 crianças e adolescentes vivendo hoje nas UIA, 26 estão em tratamento de dependência). A outra unidade, seguindo os moldes das demais, ficará no Jardim Carioca. O governo municipal também cofinancia duas ONGs voltadas para menores: a Associação Ministério Pastos Verdejantes, no Jockey; e a Casa do Pequeno Jornaleiro, no Centro, ambas instituições recebendo R$350 mil mensais.
Outro trabalho, voluntário, que é uma referência em Campos, é o Grupo de Apoio à Adoção do Norte Fluminense. Fazendo parte de uma rede nacional, e mesmo sem uma sede local, o grupo possui diretoria e reuniões ordinárias desde 2002, já tendo realizado por aqui seis Jornadas, e o III Encontro Estadual de Adoção, além de parcerias com a coordenação do curso de Direito da Universidade Salgado Filho (Universo) e projeto de acompanhamento familiar da Universidade Federal Fluminense (UFF).
http://www.fmanha.com.br/geral/campos-segundo-no-ranking-de-adocoes

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