segunda-feira, 23 de setembro de 2013

COMÉRCIO DE BEBÊS TEM SE TORNADO COMUM EM BOLSÕES DE POBREZA DE CAMBORIÚ SC


22.09.2013 -

Crianças, na maioria bebês, donos de genética predominante na região Sul — pele clara e olhos azuis — são alvos de famílias dispostas a terem um filho, acima de qualquer custo. Em Camboriú, garotas de programa e mulheres grávidas, extremamente jovens, têm sido o foco de pessoas que veem na vulnerabilidade social uma grande oportunidade financeira. Áreas carentes se tornam propensas à venda de bebês.
Nas comunidades do Tabuleiro, Monte Alegre e Conde Vilavez, região onde vivem cerca de 30 mil habitantes, o Conselho Tutelar identificou pelo menos seis casos graves de comércio de bebês nos últimos seis anos. Só em 2013, dois deles ganharam repercussão. No primeiro, em janeiro, a mãe biológica entregou o recém-nascido para um casal em Tijucas, mas teria prometido o mesmo a um segundo intermediário. E na última segunda-feira, quatro pessoas foram indiciadas por participação em um esquema ilegal de adoção e venda de bebê.
Em uma das pontas desse crime estão casais obstinados a ter um filho. Ansiosos demais para esperar pela fila da adoção, recorrem a subterfúgios econômicos para comprar um bebê, ainda no ventre, seja por meio da oferta de medicamentos e exames ou mesmo de dinheiro para custear as despesas da gestante.
Há quase 30 anos, Camboriú também foi palco do comércio de crianças. Em 1986, a Polícia Federal desarticulou e prendeu membros de uma quadrilha que traficava bebês. Em uma única operação, em uma chácara da cidade foram encontrados 95 recém-nascidos que seriam entregues a casais estrangeiros. As histórias destas crianças que cresceram em busca da família biológica foi contatada em agosto do ano passado pelo DC na série de reportagens Órfãos do Brasil.
Apesar de não existirem dados específicos sobre vendas de bebês, evidências revelam a gravidade da situação. Levantamento feito em 2009 pelo Fórum de Camboriú, durante um mês, mostrou qee de cada 10 bebês nascidos na cidade, quatro não estavam mais com a família biológica.
O presidente do Conselho Tutelar da cidade, Adriano Gervásio, salienta a importância das denúncias que chegam ao conhecimento do órgão, responsável por avalia os casos e apresentar os resultados para a polícia.
— Alguns pontos nos levam a crer que possa haver a atuação de uma quadrilha. Mas também podem ser casos isolados— avalia Gervásio.
A concentração dos registros no mesmo bairro e o destino das crianças para outros Estados são fatores que chamam atenção dos conselheiros. As denúncias e o trabalho preventivo realizado com as mulheres grávidas têm sido uma arma em potencial no combate a esse comércio ilegal. Por isso tudo, o titular da Delegacia de Investigações Criminais (DIC), Osnei Oliveira, não descarta a possiblidade de que uma quadrilha especializada esteja mesmo agindo na região. (Fonte: Diário Catarinense)
http://www.ceifadores.com.br/index.php/noticias/790-comercio-de-bebes-tem-se-tornado-comum-em-bolsoes-de-pobreza-de-camboriu-sc

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