COMÉRCIO DE BEBÊS TEM SE TORNADO COMUM EM BOLSÕES DE POBREZA DE CAMBORIÚ SC
22.09.2013 -
Crianças, na maioria bebês, donos de genética predominante na região
Sul — pele clara e olhos azuis — são alvos de famílias dispostas a terem
um filho, acima de qualquer custo. Em Camboriú, garotas de programa e
mulheres grávidas, extremamente jovens, têm sido o foco de pessoas que
veem na vulnerabilidade social uma grande oportunidade financeira. Áreas
carentes se tornam propensas à venda de bebês.
Nas comunidades do
Tabuleiro, Monte Alegre e Conde Vilavez, região onde vivem cerca de 30
mil habitantes, o Conselho Tutelar identificou pelo menos seis casos
graves de comércio de bebês nos últimos seis anos. Só em 2013, dois
deles ganharam repercussão. No primeiro, em janeiro, a mãe biológica
entregou o recém-nascido para um casal em Tijucas, mas teria prometido o
mesmo a um segundo intermediário. E na última segunda-feira, quatro
pessoas foram indiciadas por participação em um esquema ilegal de adoção
e venda de bebê.
Em uma das pontas desse crime estão casais
obstinados a ter um filho. Ansiosos demais para esperar pela fila da
adoção, recorrem a subterfúgios econômicos para comprar um bebê, ainda
no ventre, seja por meio da oferta de medicamentos e exames ou mesmo de
dinheiro para custear as despesas da gestante.
Há quase 30 anos,
Camboriú também foi palco do comércio de crianças. Em 1986, a Polícia
Federal desarticulou e prendeu membros de uma quadrilha que traficava
bebês. Em uma única operação, em uma chácara da cidade foram encontrados
95 recém-nascidos que seriam entregues a casais estrangeiros. As
histórias destas crianças que cresceram em busca da família biológica
foi contatada em agosto do ano passado pelo DC na série de reportagens
Órfãos do Brasil.
Apesar de não existirem dados específicos sobre
vendas de bebês, evidências revelam a gravidade da situação.
Levantamento feito em 2009 pelo Fórum de Camboriú, durante um mês,
mostrou qee de cada 10 bebês nascidos na cidade, quatro não estavam mais
com a família biológica.
O presidente do Conselho Tutelar da
cidade, Adriano Gervásio, salienta a importância das denúncias que
chegam ao conhecimento do órgão, responsável por avalia os casos e
apresentar os resultados para a polícia.
— Alguns pontos nos levam a
crer que possa haver a atuação de uma quadrilha. Mas também podem ser
casos isolados— avalia Gervásio.
A concentração dos registros no
mesmo bairro e o destino das crianças para outros Estados são fatores
que chamam atenção dos conselheiros. As denúncias e o trabalho
preventivo realizado com as mulheres grávidas têm sido uma arma em
potencial no combate a esse comércio ilegal. Por isso tudo, o titular da
Delegacia de Investigações Criminais (DIC), Osnei Oliveira, não
descarta a possiblidade de que uma quadrilha especializada esteja mesmo
agindo na região. (Fonte: Diário Catarinense)
http://www.ceifadores.com.br/index.php/noticias/790-comercio-de-bebes-tem-se-tornado-comum-em-bolsoes-de-pobreza-de-camboriu-sc
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