12.09.2013
Por Isabel Nery
Revista Visão
PORTUGAL
A análise dos afetos está a passar do divã para o laboratório. Crianças
adotadas melhoram a cognição e as maltratadas registram diferenças no
desenvolvimento do cérebro. Nunca se soube tanto sobre os mecanismos
biológicos alterados pela relação entre pais e filhos.
E ainda é só o início.
Sempre se disse que o amor move montanhas, mas nunca como agora foram
medidas as consequências biológicas das vivências emocionais. Os afetos –
ou a falta deles – alteram as funções cerebrais, e as experiências de
vida mexem com a química do corpo humano.
Os avanços da biologia, da
química e da imagiologia permitiram levantar a ponta desse véu. Medir e
intervir. Como no caso dos estudos com oxitocina em autistas,
realizados nos Estados Unidos. Um simples spray nasal desta hormona leva
as crianças com dificuldades de ler sinais sociais e olharem para os
outros, estabelecendo ligações normalmente impossíveis. Outro exemplo
são as investigações dos níveis de cortisol (a hormona do stress), que
diminuem quando a mãe se aproxima do bebê e deixam marcas em caso de
maus tratos.
Se a busca de compreensão dos afetos, no século XX, foi marcada pela psicanálise, no século XXI poderá sê-lo pela biologia.
O AMOR OU A EXTINÇÃO
O estudo das crianças adotadas tornou-se um dos maiores aliados dos
investigadores que procuram respostas para os problemas de
desenvolvimento e perturbações afetivas. As más experiências emocionais,
sempre presentes nestes casos, deixam marcas – visíveis em máquinas de
ressonância ou tomografia axial. “O trauma altera as estruturas
neurológicas do nosso cérebro” diz a psicóloga holandesa Anneke Vinke,
que analisa casos há vários anos, trabalhando com uma equipa responsável
pela publicação de centenas de estudos sobre adoção. Se o trauma se
repetir, alerta, “o cérebro altera-se aina mais”.
REVISTA COMPLETA EM:
http://umonline.uminho.pt/ uploads/clipping/NOT_99972/ 4969371449693714.pdf
12.09.2013
Por Isabel Nery
Revista Visão
PORTUGAL
A análise dos afetos está a passar do divã para o laboratório. Crianças adotadas melhoram a cognição e as maltratadas registram diferenças no desenvolvimento do cérebro. Nunca se soube tanto sobre os mecanismos biológicos alterados pela relação entre pais e filhos.
E ainda é só o início.
Sempre se disse que o amor move montanhas, mas nunca como agora foram medidas as consequências biológicas das vivências emocionais. Os afetos – ou a falta deles – alteram as funções cerebrais, e as experiências de vida mexem com a química do corpo humano.
Os avanços da biologia, da química e da imagiologia permitiram levantar a ponta desse véu. Medir e intervir. Como no caso dos estudos com oxitocina em autistas, realizados nos Estados Unidos. Um simples spray nasal desta hormona leva as crianças com dificuldades de ler sinais sociais e olharem para os outros, estabelecendo ligações normalmente impossíveis. Outro exemplo são as investigações dos níveis de cortisol (a hormona do stress), que diminuem quando a mãe se aproxima do bebê e deixam marcas em caso de maus tratos.
Se a busca de compreensão dos afetos, no século XX, foi marcada pela psicanálise, no século XXI poderá sê-lo pela biologia.
O AMOR OU A EXTINÇÃO
O estudo das crianças adotadas tornou-se um dos maiores aliados dos investigadores que procuram respostas para os problemas de desenvolvimento e perturbações afetivas. As más experiências emocionais, sempre presentes nestes casos, deixam marcas – visíveis em máquinas de ressonância ou tomografia axial. “O trauma altera as estruturas neurológicas do nosso cérebro” diz a psicóloga holandesa Anneke Vinke, que analisa casos há vários anos, trabalhando com uma equipa responsável pela publicação de centenas de estudos sobre adoção. Se o trauma se repetir, alerta, “o cérebro altera-se aina mais”.
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http://umonline.uminho.pt/
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