segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A BIOLOGIA DO AMOR


12.09.2013
Por Isabel Nery
Revista Visão
PORTUGAL

A análise dos afetos está a passar do divã para o laboratório. Crianças adotadas melhoram a cognição e as maltratadas registram diferenças no desenvolvimento do cérebro. Nunca se soube tanto sobre os mecanismos biológicos alterados pela relação entre pais e filhos.
E ainda é só o início.
Sempre se disse que o amor move montanhas, mas nunca como agora foram medidas as consequências biológicas das vivências emocionais. Os afetos – ou a falta deles – alteram as funções cerebrais, e as experiências de vida mexem com a química do corpo humano.
Os avanços da biologia, da química e da imagiologia permitiram levantar a ponta desse véu. Medir e intervir. Como no caso dos estudos com oxitocina em autistas, realizados nos Estados Unidos. Um simples spray nasal desta hormona leva as crianças com dificuldades de ler sinais sociais e olharem para os outros, estabelecendo ligações normalmente impossíveis. Outro exemplo são as investigações dos níveis de cortisol (a hormona do stress), que diminuem quando a mãe se aproxima do bebê e deixam marcas em caso de maus tratos.
Se a busca de compreensão dos afetos, no século XX, foi marcada pela psicanálise, no século XXI poderá sê-lo pela biologia.

O AMOR OU A EXTINÇÃO
O estudo das crianças adotadas tornou-se um dos maiores aliados dos investigadores que procuram respostas para os problemas de desenvolvimento e perturbações afetivas. As más experiências emocionais, sempre presentes nestes casos, deixam marcas – visíveis em máquinas de ressonância ou tomografia axial. “O trauma altera as estruturas neurológicas do nosso cérebro” diz a psicóloga holandesa Anneke Vinke, que analisa casos há vários anos, trabalhando com uma equipa responsável pela publicação de centenas de estudos sobre adoção. Se o trauma se repetir, alerta, “o cérebro altera-se aina mais”.
REVISTA COMPLETA EM:
http://umonline.uminho.pt/uploads/clipping/NOT_99972/4969371449693714.pdf

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