20/09/13
Fonte: CFF/Polyana Bittencourt
Editoria: Destaque
Desespero por não conseguir legalizar o processo de adoção de dois
meninos. Esse foi o motivo a levar Idália Maturino, 44 anos, a subir
numa torre de telefonia, na Rua Dois de Julho e tentar o suicídio. De
acordo com informações de Cintia Maturino, filha de Idália, a mãe há
quase 15 anos luta insistentemente junto a justiça para legalizar a
situação, mas não obtém êxito.
“Meus irmãos não têm RG, não podem
viajar com a minha mãe porque não tem nenhum documento que comprove a
adoção. Um dos meninos sonha em estudar no IFBA, porém não pôde
participar do processo seletivo porque ele não tem documento”, revelou
Cintia sendo amparada por amigos, pois estava muito abalada.
A todo
o momento, familiares e amigos ligavam para Idália e suplicavam que ela
descesse da torre e não cometesse o suicídio. A Polícia Militar, o
Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil acompanharam as negociações.
“Fomos acionados pelo 199. Desde o início da tarde que ela já está no
alto da torre”, comentou o coordenador da Defesa Civil, Mauricio Bonfim.
“Minha irmã está desesperada. Ela é uma mãe amorosa, amada. Esses
meninos são a razão de viver dela. Estou agoniada, Idália não pode
fazer isso. Ainda por cima estou ouvindo uns burburinhos que a juíza
disse a defensora que vai exigir um documento que comprove a integridade
psicológica da minha irmã e que por conta disso vai demorar ainda mais
para assinar a sentença”, declarou em meio a lágrimas, Aldenira
Maturino.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Na manhã desta quinta-feira
(19) duas cartas foram protocoladas na Defensoria Pública. Uma para ser
entregue a defensora pública Liana Conceição e a outra para a juíza
Mariana Deiró, da 1ª vara crime de Camaçari.
“As cartas chegaram
lá na Defensoria Pública, às 9h e o teor do texto era que ela iria
cometer o suicídio. É um absurdo a morosidade no processo de adoção
desse país. Até hoje ela só tem a guarda provisória desses meninos”,
declarou indignada Ivana Cerqueira, secretaria da Defensoria Pública de
Camaçari. O Camaçari Fatos e Fotos (CFF) teve exclusivo acesso a carta
escrita por Idália Maturino.
“Essa juíza só diz que a prioridade é
réu preso [quando o juiz pede urgência na tomada de decisão, pois o réu
encontra-se preso]. Ela precisou parar de trabalhar para poder cuidar
desse processo, pois um mês que ela deixou de ir ao fórum o processo foi
arquivado”, contou a amiga Gicélia dos Santos.
A defensora pública Liana Conceição estava presente no local, mas não quis conversar com a imprensa.
Só depois de uma conversa por telefone com o tenente Jesus foi que
Idália se prontificou a descer da torre. “Ela me pediu para acompanhá-la
até o fórum. Ela está muito nervosa por conta do processo de adoção dos
filhos”, informou o tenente.
Já passava das 16h quando, felizmente,
integrantes do corpo de bombeiros alcançaram Idália e a retiraram da
torre. Ela foi levada por uma ambulância da SAMU para o posto da Nova
Aliança para passar por uma breve avaliação médica.
LEIA ABAIXO CONTEÚDO DA CARTA DE DESPEDIDA ESCRITA POR IDÁLIA MATURINO
Camaçari
Att
Srª Defensora Publica Liana Santos
Querida Defensora Amiga deste Povo!
Venho através desta me despedir com o coração arrebentado, estou no
estado de muita revolta com Drª Mariana Deiró, pois o meu filho que
completa 15 anos no próximo mês não vai poder se matricular no UIFBA
(sic), para fazer o curso que ele tanto quer se profissionalizar.
Diante de tudo isso não agüento mais tanto descaso da justiça e resolvi desistir de tudo.
Colocar um ponto final nesta história, não sei mais o que fazer para meus filhos que quer os documentos.
Está será a última vez que irei falar contigo.
Adeus minha amada!
Te amo muito
Idália Maturino dos Santos
Idália Maturino subiu na torre para protestar morosidade em processo de
adoção por volta das 13h e só foi resgatada, por volta de 16h (Foto:
CFF/Franco Filho)
Veja carta anunciando ‘suicídio’ da mulher que ameaçou se jogar da Torre em Camaçari
Resgate de Idália (Foto: CFF/Franco Filho)
http:// www.camacarifatosefotos.com.br/ todos-os-fatos/3-destaque/ 20517-veja-carta-anunciando-sui cidio-da-mulher-que-ameacou-se -jogar-da-torre-em-camacari.ht ml
20/09/13
Fonte: CFF/Polyana Bittencourt
Editoria: Destaque
Desespero por não conseguir legalizar o processo de adoção de dois meninos. Esse foi o motivo a levar Idália Maturino, 44 anos, a subir numa torre de telefonia, na Rua Dois de Julho e tentar o suicídio. De acordo com informações de Cintia Maturino, filha de Idália, a mãe há quase 15 anos luta insistentemente junto a justiça para legalizar a situação, mas não obtém êxito.
“Meus irmãos não têm RG, não podem viajar com a minha mãe porque não tem nenhum documento que comprove a adoção. Um dos meninos sonha em estudar no IFBA, porém não pôde participar do processo seletivo porque ele não tem documento”, revelou Cintia sendo amparada por amigos, pois estava muito abalada.
A todo o momento, familiares e amigos ligavam para Idália e suplicavam que ela descesse da torre e não cometesse o suicídio. A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil acompanharam as negociações.
“Fomos acionados pelo 199. Desde o início da tarde que ela já está no alto da torre”, comentou o coordenador da Defesa Civil, Mauricio Bonfim.
“Minha irmã está desesperada. Ela é uma mãe amorosa, amada. Esses meninos são a razão de viver dela. Estou agoniada, Idália não pode fazer isso. Ainda por cima estou ouvindo uns burburinhos que a juíza disse a defensora que vai exigir um documento que comprove a integridade psicológica da minha irmã e que por conta disso vai demorar ainda mais para assinar a sentença”, declarou em meio a lágrimas, Aldenira Maturino.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Na manhã desta quinta-feira (19) duas cartas foram protocoladas na Defensoria Pública. Uma para ser entregue a defensora pública Liana Conceição e a outra para a juíza Mariana Deiró, da 1ª vara crime de Camaçari.
“As cartas chegaram lá na Defensoria Pública, às 9h e o teor do texto era que ela iria cometer o suicídio. É um absurdo a morosidade no processo de adoção desse país. Até hoje ela só tem a guarda provisória desses meninos”, declarou indignada Ivana Cerqueira, secretaria da Defensoria Pública de Camaçari. O Camaçari Fatos e Fotos (CFF) teve exclusivo acesso a carta escrita por Idália Maturino.
“Essa juíza só diz que a prioridade é réu preso [quando o juiz pede urgência na tomada de decisão, pois o réu encontra-se preso]. Ela precisou parar de trabalhar para poder cuidar desse processo, pois um mês que ela deixou de ir ao fórum o processo foi arquivado”, contou a amiga Gicélia dos Santos.
A defensora pública Liana Conceição estava presente no local, mas não quis conversar com a imprensa.
Só depois de uma conversa por telefone com o tenente Jesus foi que Idália se prontificou a descer da torre. “Ela me pediu para acompanhá-la até o fórum. Ela está muito nervosa por conta do processo de adoção dos filhos”, informou o tenente.
Já passava das 16h quando, felizmente, integrantes do corpo de bombeiros alcançaram Idália e a retiraram da torre. Ela foi levada por uma ambulância da SAMU para o posto da Nova Aliança para passar por uma breve avaliação médica.
LEIA ABAIXO CONTEÚDO DA CARTA DE DESPEDIDA ESCRITA POR IDÁLIA MATURINO
Camaçari
Att
Srª Defensora Publica Liana Santos
Querida Defensora Amiga deste Povo!
Venho através desta me despedir com o coração arrebentado, estou no estado de muita revolta com Drª Mariana Deiró, pois o meu filho que completa 15 anos no próximo mês não vai poder se matricular no UIFBA (sic), para fazer o curso que ele tanto quer se profissionalizar.
Diante de tudo isso não agüento mais tanto descaso da justiça e resolvi desistir de tudo.
Colocar um ponto final nesta história, não sei mais o que fazer para meus filhos que quer os documentos.
Está será a última vez que irei falar contigo.
Adeus minha amada!
Te amo muito
Idália Maturino dos Santos
Idália Maturino subiu na torre para protestar morosidade em processo de adoção por volta das 13h e só foi resgatada, por volta de 16h (Foto: CFF/Franco Filho)
Veja carta anunciando ‘suicídio’ da mulher que ameaçou se jogar da Torre em Camaçari
Resgate de Idália (Foto: CFF/Franco Filho)
http://
Nenhum comentário:
Postar um comentário