segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ADOÇÕES SUSPEITAS NA SERRA


domingo, 22 de setembro de 2013

Entre os casos analisados, está o de Wellington Risperi, que adotou quatro crianças e é acusado de pedofilia. Ele aparece no cartaz da campanha de adoção
Os juízes corregedores Aldary Nunes Filho e Ezequiel Turíbio estão tomando depoimentos e analisando processos de adoção ocorridos nos últimos anos na 1ª Vara da Infância e da Juventude da Serra desde a última terça-feira (17), após a instalação da correição determinada pelo corregedor geral de Justiça, Carlos Henrique Rios do Amaral, no dia 6 de setembro.
Dentre as denúncias que estão sendo apuradas há casos de pessoas que estariam sendo beneficiadas na ordem da fila de adoções e também o caso de um servidor público federal Wellington Risperi, que teria adotado seis crianças e posteriormente passou a responder a um processo de pedofilia na 2ª Vara Criminal da Serra.
As duas primeiras adoções de Risperi ocorreram na Comarca de Pinheiros. Na 1ª Vara da Infância da Serra, o servidor conseguiu adotar quatro crianças, sendo que as duas últimas ainda se encontram sob guarda provisória do servidor público.
No dia 3 de julho deste ano, a juíza Leticia Maia Saude, da 2ª Vara Criminal da Serra recebeu a denúncia formulada pelo promotor Fernando Antonio Bermudes de Mattos no dia 19 de junho em desfavor do acusado Wellington Risperi, que chegou a cumprir dois meses de prisão temporária no presídio de Viana após a conclusão do inquérito policial relativo ao caso em que é acusado de molestar quatro crianças com idades entre quatro e 16 anos.
Em seu despacho, a juíza Leticia Saude informa que "a denúncia preenche os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal", e seu advogado foi intimado a apresentar defesa prévia.
Embora o Ministério Público tenha representado pelo pedido de conversão da prisão temporária em prisão preventiva, a juíza Leticia Maia Saude decidiu impor a Risperi as seguintes medidas cautelares: o acusado está proibido de ter acesso ou frequentar a residência das vítimas; de manter qualquer tipo de contato com as crianças, devendo manter distância de no mínimo 500 metros delas; de se ausentar da Comarca por mais de 15 dias sem prévia comunicação ou autorização judicial, além de estar obrigado ao recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, feriados e finais de semana a partir das 22 horas.
De acordo com o despacho da magistrada, "o descumprimento de qualquer das medidas cautelares aplicadas importará na sua revogação e imposição de prisão preventiva". Ainda no mesmo processo, há o registro da informação de que, por ocasião dos crimes atribuídos ao servidor contra as crianças que o denunciaram juntamente com seus pais, ele também exercia as funções de pastor numa igreja evangélica.

CORREIÇÃO
A sessão de instalação da correição ocorreu na última segunda-feira (16) sob a presidência da corregedora geral de Justiça substituta, Catharina Maria Novaes Barcellos. As audiências estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público Estadual (MPES) e pelos advogados das partes interessadas.
Na ocasião, ela previu que em três semanas será possível avaliar se há alguma irregularidade ou não nos processos indicados -- "e em todos os que se fizerem necessários" -- para verificar se há alguma irregularidade na Vara comandada pela juíza Gladys Pinheiro (foto ao lado).

AFASTAMENTO INDEFINIDO
A Corregedoria de Justiça ainda não definiu se a juíza Gladys Pinheiro será ou não afastada. "Só após as audiências com as partes envolvidas saberemos se haverá necessidade do afastamento de algum servidor da 1ª Vara de Infância e Juventude da Serra", explicou a desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos.

Para o advogado Raphael Câmara, que está representando a juíza Gladys Pinheiro, a acusação contra a magistrada é absurda. “A acusação de que houve alterações na fila de adoções é absurda, pois ela está sob responsabilidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e somente ele pode alterá-la. Quanto ao caso da adoção de crianças por uma pessoa que posteriormente foi acusado de pedofilia na Delegacia de Infância e Juventude e que está denunciado e sob medidas cautelares determinadas pela juíza da 2ª Vara Criminal da Serra, não havia como prever ações futuras das pessoas”, rebateu o advogado.
Segundo ele, todas as adoções deferidas ao servidor público ocorreram antes dele ser denunciado por pedofilia. “Apenas duas adoções foram registradas na Vara onde minha cliente é titular”, disse Câmara.
A juiza Gladys Pinheiro não quis se manifestar sobre o fato do acusado Wellington Risperi aparecer com quatro crianças adotadas em um cartaz assinado pelo 1º Juizado da Infância e Juventude da Serra, divulgando uma Campanha de Adoção Tardia de maio de 2012 (imagem ao acima).
O advogado reafirmou que "ninguém poderia adivinhar as denúncias contra ele que surgiriam um ano depois". Segundo fontes do Judiciário, na ocasião da campanha, Risperi havia adotado duas crianças fora da Serra (Pinheiros, norte do Estado) e, posteriormente, conseguiu adotar outras duas crianças no município. As outras duas adoções autorizadas na 1ª Vara da Serra ainda estão sob guarda provisória.
A divulgação com exclusividade por Século Diário na última sexta-feira (13) a respeito do caso teve ampla repercussão nas redes sociais. A notícia foi reproduzida no Facebook e Twitter com diversas mensagens de indignação dos internautas. http://seculodiario.com/12971/9/juizes-corregedores-ouvem-testemunhas-sobre-adocoes-na-vara-da-infancia-da-serra-1

http://amafavv.blogspot.com.br/2013/09/adocoes-suspeitas-na-serra.html

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