PROJETO ACOLHE CRIANÇAS COM POUCAS CHANCES DE ADOÇÃO
21 de setembro de 2013
Projeto de Vara da Infância acolhe crianças e adolescentes com poucas chances de adoção
A 1ª Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado da
Bahia (TJBA) apresentou o Projeto Família Hospedeira, nesta sexta-feira
(20/9). O projeto visa promover a vivência em um contexto familiar
alternativo, que favoreça o desenvolvimento bio-psico-social para
crianças e adolescentes, sem possibilidades de reintegração familiar e
sem interessados em adoção.
A
iniciativa foi inspirada no projeto de mesmo nome, idealizado pela 3ª
Vara da Comarca de Pindamonhangaba/SP, que desde 2008 colocou o Família
Hospedeira na pauta do Judiciário local, mobilizando a sociedade
paulista em prol deste ato que oferece à criança o princípio básico da
socialização.
Estiveram presentes no evento de lançamento,
apresentado pela servidora e também pedagoga, Zuleica Porciúncula,
representantes de casas de acolhimento institucionais, do Ministério
Público, da Defensoria Pública, de Conselhos Tutelares e o secretário de
Promoção Social e Combate à Pobreza do município, Maurício Trindade.
O juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude, Walter Ribeiro Costa
Júnior, ao verificar que existia na Bahia, em janeiro deste ano, 646
crianças e adolescentes fora do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), por
não atender ao perfil dos adotantes cadastrados, buscou alternativas
para proporcionar a estes, um convívio familiar alternativo. Hoje, 25
crianças e adolescentes estão aptas a participar do Projeto Família
Hospedeira, graças às avaliações das audiências concentradas.
De
acordo com o magistrado, o projeto originário na Comarca de
Pindamonhangaba, será replicado na Bahia, atendendo ao perfil de cada
acolhido a partir da criação de um portfólio, que terá desde documentos e
informações, até fotos, desenhos, músicas, textos e poesias
particulares de cada criança. A ideia é que esse álbum ajude-a a
construir uma história de vida.
Os interessados em ser uma Família
Hospedeira devem se cadastrar e definir um tempo de proteção e
acolhimento aos menores, que poderá variar até dois anos. “Nosso desejo é
que ao sair do abrigo, sem ter sido adotado, o adolescente leve consigo
uma referência que, senão de pai ou mãe, tenha nas pessoas dessa
família, um suporte afetivo e que seja um modelo de valores e
convivência familiar”, explica o juiz Walter Ribeiro.
Talita*,
recolhida no Lar Pérolas de Cristo, aos 13 anos, ainda sonha com a
adoção. Para Vera Guimarães, gestora do abrigo, um dos maiores de
Salvador, o projeto pode ajudar a adolescente a realizar seu sonho de
ser parte de uma família. “É importante que a sociedade e os poderes
públicos se sensibilizem e entendam que abrigo não é casa de ninguém”,
conclui Vera Guimarães. *Nome fictício. Texto: Laís Nascimento –
Agência TJBA de Notícias
http://www.dsvc.com.br/2013/sem-categoria/projeto-acolhe-criancas-com-poucas-chances-de-adocao/
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