[OUTRAS PALAVRAS] A ADOÇÃO E A BIOLOGIA DO AMOR...
Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013
Na revista Visão da semana passada foi publicado um artigo delicioso
sobre os efeitos do amor no cérebro de crianças adotadas! Um pequeno
excerto:
"O estudo das crianças adotadas tornou-se um dos maiores
aliados dos investigadores que procuram respostas para problemas de
desenvolvimento e perturbações afetivas. As más experiências emocionais,
muitas vezes presentes nestes casos, deixam marcas — visíveis em
imagens de ressonância magnética. O trauma altera as estruturas
neurológicas do nosso cérebro, diz a psicóloga holandesa Anneke Vinke,
que analisa casos há vários anos, trabalhando com uma equipa responsável
pela publicação de centenas de estudos sobre adoção. Se o trauma se
repetir, alerta, cérebro altera-se ainda mais .
Talvez mais surpreendente do que a marca física do trauma seja a
mudança biológica determinada pelo amor — depois da adoção. As vantagens
podem ser medidas em ressonâncias magnéticas, que mostram o
desenvolvimento cerebral e as zonas ativadas antes e depois. A criança
adotada cresce fisicamente. Até a cabeça fica maior. E a cognição também
melhora 10 a 15%, explica Vinke, que esteve em Portugal para participar
na Conferência Internacional de Adoção, tendo falado sobre as teorias
da neurobiologia e o que elas significam em relação à criança adotada.
Embora entenda que a adoção é vantajosa em qualquer idade, a psicóloga
holandesa defende a necessidade de agilizar os processos para que se
reduza ao máximo o vazio afetivo. Numa família equilibrada, ao choro do
bebé responde-se com atenção. O organismo estabiliza, baixam os níveis
de cortisol. Se, pelo contrário, à agitação corresponde um vazio ou uma
reação agressiva, o bebé não normaliza os níveis hormonais. A falta de
afeto leva a duas reações para regularas emoções: ou se fecham, num
comportamento de tipo autista, ou são hiperativos, reagindo a tudo o que
acontece à volta. Em ambos os casos, há um excesso de hormonas de
stress no organismo. Acontece a todos os humanos mas, nas crianças
negligenciadas, esse nível hormonal está sempre elevado. E deixa
marcas."
É por isso que eu tenho esperança! Eu vi isto acontecer comigo e com o baby-de-mulata!
http://beijo-de-mulata.blogspot.com.br/
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