Quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Escrito por Romilda Alessandra P. Trindade
Hoje quem conta sua história pra gente é a Rô... Uma pessoa muito,
muito especial para mim por "n" motivos, dentre eles o fato de que sua
presença na minha família e na minha vida legitima a certeza de que eu
fiz a melhor escolha, a escolha do amor... Me emocionei ao ler seu
relato!!! Obrigada Rô, por compartilhar sua história com o "Descobrindo a
Maternagem". Tenho certeza que nossos leitores vão se emocionar também e
gostar muito de conhecer um pouco de você...
"Em minha
história de vida existiram muitas perdas e começaram precocemente, porém
contribuíram para minha formação e fortalecimento.
Nasci na cidade
de Cachoeirinha/RS, aos meus dois anos de vida meu pai biológico
faleceu. Tenho poucas lembranças dele, mas uma vívida em minha mente é
de cavalgarmos, ele me segurava de forma muito afetiva e protetora.
Já minha mãe biológica faleceu na minha presença, quando eu tinha
apenas sete anos de idade. A partir deste dia minha vida mudou, pois
minha irmã mais velha e eu fomos morar em outra cidade com um casal de
conhecidos.
Porém, mesmo antes de eu nascer, Deus já tinha tudo
planejado... recém-casada, "minha irmã do coração”, foi viver em uma
cidade próxima àquela na qual eu estava. Seu esposo acabou conhecendo
minha história e dividiu com ela, que por sua vez ligou para São Paulo e
contou à mãe. Minha, então futura, mãe estava triste, pois já que sua
filha primogênita acabara de se casar e mudara para o Rio Grade do Sul.
Ouviu a história atentamente e, segundo ela, bastante comovida fez
apenas uma pergunta: “Ela não tem mais ninguém? Se não tiver e ela
quiser vou buscá-la”.
Minha futura irmã então me contou de São Paulo
e perguntou se gostaria de “ter uma nova família”. Confesso que fiquei
dividida, ora era uma oportunidade incrível, mas eu não queria ficar
longe de minha irmã biológica. Conversei com ela que me convenceu das
vantagens de ter uma nova família, e foi assim que eu aceitei... mesmo
com medo.
Logo, minha nova mãe foi me conhecer e me buscar. Podemos
dizer que foi “amor à primeira vista”, aquele olhar meigo e terno e o
sorriso dócil me cativaram.
Chegando a São Paulo conheci meu novo
pai e meu novo irmão, os quais estavam ansiosamente me aguardando. Eu
estava com medo e tímida, mas todos foram muito compreensivos. Eu tinha
apenas oito anos quando “nasci” nesta nova família.
Fomos ao
juizado; entrevista com assistente social, entrevista com psicóloga,
entrevista com juiz... todos preocupados com meu bem estar e se
realmente era isto que eu queria. Naturalmente, eu não tinha dúvidas que
esta nova família me amava.
Um ano depois de meu “nascimento”, minha “certidão” estava pronta. Era oficial!
Não vou dizer que foi fácil, pois toda a adaptação leva tempo e é
complicada. Adaptar é harmonizar, acomodar, adequar sentimentos, a vida.
Não consigo imaginar como seria minha vida se meus pais não tivessem me
adotado, se eles não tivessem decidido investir nesta relação, por medo
e insegurança, como muitos fazem. “Adotar? Pode dar problema!” “Não
conheço a família.” “E a genética?”
Meus pais não pensaram nisso.
Apenas agiram com o coração, com o amor! Como minha mãe me falava: era
seu desejo ter três filhos, desde solteira. Me contava que, após ter
meus irmãos, sonhava com uma terceira criança, mas não conseguia ver o
rosto. Depois que “eu nasci” na família, ela teve certeza que eu era a
criança dos seus sonhos.
Sempre fui muito companheira de meus pais,
minha mãe era minha confidente, amiga, conselheira. Meu pai ciumento,
protetor e dedicado. Meus grandes exemplos.
Hoje já não tenho meus
"pais do coração comigo", mas sempre me senti muito especial, amada por
eles me deram tudo o que sempre precisei. Estudo, amor, um lar... o mais
precioso que eu podia receber: a estrutura de um lar onde eu era amada e
onde eu amava! Nunca me vi como uma filha adotiva, mas como uma filha
biológica! Ora fui tão amada e desejada, como poderia ser diferente?
Meus pais poderiam não ter me escolhido, mas o fizeram; e mesmo antes de
me conhecer. Sou muito privilegiada!
Foi nesse lar que eu
aprendi mais e desenvolvi grande relação com o Criador do Universo. Foi
nesse lar onde eu recebi a base de uma família para hoje ser mulher
sábia em meu lar. Foi nesse lar que eu recebi a chance de me tornar quem
sou hoje. Já que eu poderia ser mais uma criança sem ‘eira nem beira’
como tantas outras por aí.
Deus me deu uma chance, meus amados pais
aceitaram a chance de serem instrumentos nas mãos d´Aquele que já tinha
o propósito de minha vida. Hoje eu sou extremamente feliz em meu lar,
sou psicólogo graças a formação que meus amados pais me proporcionaram e
sou esposa graças aos incansáveis esforços deles em me ensinarem tantos
dos valores que carrego hoje. Sou feliz porque tenho um Pai no céu que
não me desampara e que jamais me desamparou! Almejo, com toda minha
alma, reencontrar meus pais num futuro não tão distante..."
Romilda Alessandra Pedromo Trindade, 32 anos, casada. Psicóloga. E-mail:romipedromo@gmail.com
http:// descobrindoamaternagem.blogspot .com.br/2013/08/ como-fui-escolhida-uma-historia -de.html?utm_source=feedburner &utm_medium=feed&utm_campaign= Feed%3A+DescobrindoAMaternagem +%28Descobrindo+a+Maternagem%2 9
Quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Escrito por Romilda Alessandra P. Trindade
Hoje quem conta sua história pra gente é a Rô... Uma pessoa muito, muito especial para mim por "n" motivos, dentre eles o fato de que sua presença na minha família e na minha vida legitima a certeza de que eu fiz a melhor escolha, a escolha do amor... Me emocionei ao ler seu relato!!! Obrigada Rô, por compartilhar sua história com o "Descobrindo a Maternagem". Tenho certeza que nossos leitores vão se emocionar também e gostar muito de conhecer um pouco de você...
"Em minha história de vida existiram muitas perdas e começaram precocemente, porém contribuíram para minha formação e fortalecimento.
Nasci na cidade de Cachoeirinha/RS, aos meus dois anos de vida meu pai biológico faleceu. Tenho poucas lembranças dele, mas uma vívida em minha mente é de cavalgarmos, ele me segurava de forma muito afetiva e protetora.
Já minha mãe biológica faleceu na minha presença, quando eu tinha apenas sete anos de idade. A partir deste dia minha vida mudou, pois minha irmã mais velha e eu fomos morar em outra cidade com um casal de conhecidos.
Porém, mesmo antes de eu nascer, Deus já tinha tudo planejado... recém-casada, "minha irmã do coração”, foi viver em uma cidade próxima àquela na qual eu estava. Seu esposo acabou conhecendo minha história e dividiu com ela, que por sua vez ligou para São Paulo e contou à mãe. Minha, então futura, mãe estava triste, pois já que sua filha primogênita acabara de se casar e mudara para o Rio Grade do Sul. Ouviu a história atentamente e, segundo ela, bastante comovida fez apenas uma pergunta: “Ela não tem mais ninguém? Se não tiver e ela quiser vou buscá-la”.
Minha futura irmã então me contou de São Paulo e perguntou se gostaria de “ter uma nova família”. Confesso que fiquei dividida, ora era uma oportunidade incrível, mas eu não queria ficar longe de minha irmã biológica. Conversei com ela que me convenceu das vantagens de ter uma nova família, e foi assim que eu aceitei... mesmo com medo.
Logo, minha nova mãe foi me conhecer e me buscar. Podemos dizer que foi “amor à primeira vista”, aquele olhar meigo e terno e o sorriso dócil me cativaram.
Chegando a São Paulo conheci meu novo pai e meu novo irmão, os quais estavam ansiosamente me aguardando. Eu estava com medo e tímida, mas todos foram muito compreensivos. Eu tinha apenas oito anos quando “nasci” nesta nova família.
Fomos ao juizado; entrevista com assistente social, entrevista com psicóloga, entrevista com juiz... todos preocupados com meu bem estar e se realmente era isto que eu queria. Naturalmente, eu não tinha dúvidas que esta nova família me amava.
Um ano depois de meu “nascimento”, minha “certidão” estava pronta. Era oficial!
Não vou dizer que foi fácil, pois toda a adaptação leva tempo e é complicada. Adaptar é harmonizar, acomodar, adequar sentimentos, a vida.
Não consigo imaginar como seria minha vida se meus pais não tivessem me adotado, se eles não tivessem decidido investir nesta relação, por medo e insegurança, como muitos fazem. “Adotar? Pode dar problema!” “Não conheço a família.” “E a genética?”
Meus pais não pensaram nisso. Apenas agiram com o coração, com o amor! Como minha mãe me falava: era seu desejo ter três filhos, desde solteira. Me contava que, após ter meus irmãos, sonhava com uma terceira criança, mas não conseguia ver o rosto. Depois que “eu nasci” na família, ela teve certeza que eu era a criança dos seus sonhos.
Sempre fui muito companheira de meus pais, minha mãe era minha confidente, amiga, conselheira. Meu pai ciumento, protetor e dedicado. Meus grandes exemplos.
Hoje já não tenho meus "pais do coração comigo", mas sempre me senti muito especial, amada por eles me deram tudo o que sempre precisei. Estudo, amor, um lar... o mais precioso que eu podia receber: a estrutura de um lar onde eu era amada e onde eu amava! Nunca me vi como uma filha adotiva, mas como uma filha biológica! Ora fui tão amada e desejada, como poderia ser diferente? Meus pais poderiam não ter me escolhido, mas o fizeram; e mesmo antes de me conhecer. Sou muito privilegiada!
Foi nesse lar que eu aprendi mais e desenvolvi grande relação com o Criador do Universo. Foi nesse lar onde eu recebi a base de uma família para hoje ser mulher sábia em meu lar. Foi nesse lar que eu recebi a chance de me tornar quem sou hoje. Já que eu poderia ser mais uma criança sem ‘eira nem beira’ como tantas outras por aí.
Deus me deu uma chance, meus amados pais aceitaram a chance de serem instrumentos nas mãos d´Aquele que já tinha o propósito de minha vida. Hoje eu sou extremamente feliz em meu lar, sou psicólogo graças a formação que meus amados pais me proporcionaram e sou esposa graças aos incansáveis esforços deles em me ensinarem tantos dos valores que carrego hoje. Sou feliz porque tenho um Pai no céu que não me desampara e que jamais me desamparou! Almejo, com toda minha alma, reencontrar meus pais num futuro não tão distante..."
Romilda Alessandra Pedromo Trindade, 32 anos, casada. Psicóloga. E-mail:romipedromo@gmail.com
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