sábado, 24 de agosto de 2013

DIA DA INFÂNCIA Refazendo os laços familiares

24/08/2013 08:23:10

É comemorado sábado (24) o Dia da Infância, data criada para pedir a reflexão da sociedade e dos governos para as condições sociais em que vivem as crianças. A socialização de crianças com históricos de vulnerabilidade social é o maior desafio da Casa de Acolhimento Institucional Prof. Odila de Carazinho, mas neste ano, 17 crianças já conseguiram ser inseridas em um ambiente familiar
Redação Carazinho
(Redação Carazinho / DM)

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O Dia da Infância, comemorado sábado (24) e criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pede a reflexão da sociedade e dos governos para as condições sociais em que vivem as crianças. Um dos pontos mais tocantes é quanto ao processo de socialização da criança, importante elemento no processo de formação da personalidade de uma criança. Ela se dá a partir do relacionamento com o seu pai e com a sua mãe. As fases posteriores da vida são interferidas pela relação com as figuras parentais. Essa fase não tem um tempo determinado biologicamente, mas inicia na infância e vai até a adolescência.

Em Carazinho, a Casa de Acolhimento Institucional Prof. Odila trabalha no intuito de promover a reinserção de crianças que chegam a casa em situação de vulnerabilidade social. Segundo a diretora interina, Sandra Loss Carneiro, o processo de aproximação das crianças junto à família gestora ou extensa (parentes próximos) é complexo, mas neste ano 17 crianças foram reinseridas.



(O Projeto Família Acolhedora, que está sendo concluído, dá a possibilidade de a criança receber o apoio até encontrar a sua família / FOTO: DM/GUSTAVO FAREZIN)

A equipe da Casa, segundo a diretora Sandra, é formada por uma assistente social, uma psicóloga, atendentes, cozinheiras, motorista, serventes e recreacionistas e conta com o apoio financeiro da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Trabalhamos para lhes oferecer uma casa de família, com conforto, limpeza e organização. Mas existem conflitos como em todo o lugar. Trabalhamos com sentimentos, afetividade. Pois eles vêm de um histórico familiar bastante vulnerável”, conta Sandra.

Desde 2003 a Casa atende crianças e adolescentes de Carazinho e região, com a capacidade de 20 crianças. No momento sete estão acolhidas. “São sete na casa, mas também fazemos o acompanhamento de seis delas, que foram “desacolhidas”, mas recebem todo um acompanhamento na família”, disse a assistente social, Maria Rosane Pires Bordeghini, que explica que o tempo de acompanhamento pode chegar a um ano e todo o trabalho da casa está vinculado a uma rede assistencial de todo o município, propondo inserir a criança em cursos de profissionalização, tendo acesso às políticas públicas. “Além do acompanhamento da criança, prestamos apoio às famílias. É bem diferente ao trabalho anterior que chamávamos de orfanato. Hoje em dia, a proteção da criança está acima de tudo”, comentou.

O trabalho da psicóloga, Beatriz Silveira, é feito individualmente com as crianças, com acompanhamento, levantamento de questões e rendimento escolar. “Conversamos também sobre assuntos delicados, como a questão da família. A criança se manifesta sobre seus desejos. Alguma delas contam suas histórias e relatam o desejo de morar com tio ou avó. Um elo ou um afeto”, explica Beatriz.

Depois que todas as buscas por pais e parentes próximos se dão por vencidas, a criança fica apta para adoção. “Bacana poder ver, quando esgotadas as possibilidades com a família, bonitas histórias de adoção. Temos vistos casos muito bonitos em cidades próximas com crianças que deixam os pais adotivos maravilhados e repercutem em toda a sociedade”, disse Beatriz. “Nos colocamos sempre à disposição, com dedicação exclusiva, assumindo o papel de pai e mãe, mas com profissionalismo”.

(Equipe da Casa trabalha para oferecer um ambiente familiar às crianças que, em muitos casos, vem de um histórico de vulnerabilidade social / FOTO: DM/GUSTAVO FAREZIN)

Referência de família

As pessoas que tem interesse em apadrinhar uma criança podem procurar a Casa e conhecer os projetos oferecidos. Segundo Rosane, o apadrinhamento delas é fundamental para que a criança tenha um referencial de família. “Aqui na casa, não existe um pai ou uma mãe, por isso eles precisam de padrinhos, pessoas que as levem para visitar suas casas e tenham um convívio na sociedade”, disse.
Existe também o Projeto Família Acolhedora, que está sendo concluído e dá a possibilidade da criança receber o apoio até encontrar a sua família. “Não é adoção, não é apadrinhamento. É acolher na possibilidade da criança voltar para a sua família mais tarde. É por um certo período que essa criança fica acolhida. É um gesto de amor e carinho. Estamos abertos para conversar e ver a possibilidade das pessoas. Venham até aqui”, convida.

http://www.diariodamanha.com/noticias.asp?a=view&id=54933 

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