16/08/2013
Oksana Golovko, pravmir.ru
RUSSIA
Recentemente, o jovem Stiopa quase saiu do orfanato: conheceu seus pais
adotivos norte-americanos, que lhe deram roupas e uma mala para que
colocasse seus pertences antes de partir para a casa nova.
Entretanto, pouco antes da decisão judicial que entregaria a criança aos
pais, foi promulgada a Lei Dima Iákovlev, que proíbe cidadãos
americanos de adotar crianças russas. Stiopa continuou no orfanato.
Mas a sorte não o abandonou. No final de maio, Stiopa, que se desloca em
cadeira de rodas, encontrou em Samara uma verdadeira família: a mãe,
Natália Kajaeva, duas irmãs, de 13 e 14 anos, a avó e um cão.
DEPOIMENTO DE NATÁLIA
Tudo começou há mais de 20 anos. Não tive filhos do primeiro casamento
e, depois de prolongados exames e tratamentos, surgiu a ideia de
adotarmos uma criança. Mas não passamos da ideia.
Do segundo
casamento, tive duas filhas. Quando nasceram as meninas, a ideia de um
filho adotivo passou para segundo plano. Mas voltava sempre. Quando via
filmes ou lia artigos sobre o assunto, ficava com um sentimento de culpa
por não ter adotado um filho. Lamentavelmente, três anos depois, meu
segundo casamento também se desfez. Quando fiquei só com minhas filhas,
falei pra elas: “Vamos constituir uma família adotiva”.
SEM EMOÇÃO EXCESSIVA
Agora, quando as pessoas me pedem conselhos e me perguntam como adotar
um filho, eu digo: “O mais importante é não ter pressa, pois não podemos
ser impelidas pelas emoções”. Depois de ter decidido ser mãe adotiva,
comecei a ler na internet histórias de pais que adotaram crianças,
fóruns de pais, enfim, tentava recolher o máximo de informação. Ao mesmo
tempo, comecei a ver fotografias de crianças procurando novas famílias
em sites.
Durante muito tempo, não senti nada. Das páginas dos
sites, olhavam-me crianças de olhos tristes, que me davam muita pena,
mas só isso. Por acaso, no site otkazniki.ru, descobri a fotografia de
um rapaz. Ele olhava para mim e só me dava vontade de abraçá-lo e de não
me separar dele. Depois de ler toda a informação a respeito dele, soube
que ele não andava. Meu primeiros pensamento foi: não será melhor
escolher uma criança 100% saudável?
Chorei toda a noite. Sabia que
essas crianças não eram piores do que as outras e precisavam ainda mais
de uma mãe. Naquela noite, resolvi ir buscar o menino. Comecei
conversando com as minhas filhas. Foi em novembro de 2012. No final de
dezembro, fui à tutoria e pedi a lista dos documentos que deveria
entregar e inscrevi-me nas aulas para pais adotivos. A partir de
janeiro, comecei a frequentar o curso e a solicitar os documentos.
Nessa altura, continuava a ter medo. Tinha dúvidas. Não me apressava a
levantar os documentos. No dia 17 de abril, minha filha telefonou-me
dizendo: “Mãe, li num site que o nosso menino já foi para uma família”.
Recomecei a pensar tudo aquilo. Como já tinha quase todos os
documentos, também poderia escolher uma criança sem deficiência. Escrevi
à fundação Voluntários de Apoio às Crianças Órfãs. Eles me enviaram
três endereços: “Se a senhora está preparada para ficar com uma criança
com deficiência, tem aqui informação sobre mais três”.
O primeiro
endereço apresentava o caso de Stiopa. Logo que mostrei a informação às
minhas filhas, dissemos em coro: “É a nossa criança”.
No final de maio, Stiopa encontrou em Samara uma verdadeira família Foto: Pravmir.ru
http://gazetarussa.com.br/ sociedade/2013/08/16/ a_historia_da_mae_que_optou_pel a_adocao_de_uma_crianca_defici ente_21135.html
16/08/2013
Oksana Golovko, pravmir.ru
RUSSIA
Recentemente, o jovem Stiopa quase saiu do orfanato: conheceu seus pais adotivos norte-americanos, que lhe deram roupas e uma mala para que colocasse seus pertences antes de partir para a casa nova.
Entretanto, pouco antes da decisão judicial que entregaria a criança aos pais, foi promulgada a Lei Dima Iákovlev, que proíbe cidadãos americanos de adotar crianças russas. Stiopa continuou no orfanato.
Mas a sorte não o abandonou. No final de maio, Stiopa, que se desloca em cadeira de rodas, encontrou em Samara uma verdadeira família: a mãe, Natália Kajaeva, duas irmãs, de 13 e 14 anos, a avó e um cão.
DEPOIMENTO DE NATÁLIA
Tudo começou há mais de 20 anos. Não tive filhos do primeiro casamento e, depois de prolongados exames e tratamentos, surgiu a ideia de adotarmos uma criança. Mas não passamos da ideia.
Do segundo casamento, tive duas filhas. Quando nasceram as meninas, a ideia de um filho adotivo passou para segundo plano. Mas voltava sempre. Quando via filmes ou lia artigos sobre o assunto, ficava com um sentimento de culpa por não ter adotado um filho. Lamentavelmente, três anos depois, meu segundo casamento também se desfez. Quando fiquei só com minhas filhas, falei pra elas: “Vamos constituir uma família adotiva”.
SEM EMOÇÃO EXCESSIVA
Agora, quando as pessoas me pedem conselhos e me perguntam como adotar um filho, eu digo: “O mais importante é não ter pressa, pois não podemos ser impelidas pelas emoções”. Depois de ter decidido ser mãe adotiva, comecei a ler na internet histórias de pais que adotaram crianças, fóruns de pais, enfim, tentava recolher o máximo de informação. Ao mesmo tempo, comecei a ver fotografias de crianças procurando novas famílias em sites.
Durante muito tempo, não senti nada. Das páginas dos sites, olhavam-me crianças de olhos tristes, que me davam muita pena, mas só isso. Por acaso, no site otkazniki.ru, descobri a fotografia de um rapaz. Ele olhava para mim e só me dava vontade de abraçá-lo e de não me separar dele. Depois de ler toda a informação a respeito dele, soube que ele não andava. Meu primeiros pensamento foi: não será melhor escolher uma criança 100% saudável?
Chorei toda a noite. Sabia que essas crianças não eram piores do que as outras e precisavam ainda mais de uma mãe. Naquela noite, resolvi ir buscar o menino. Comecei conversando com as minhas filhas. Foi em novembro de 2012. No final de dezembro, fui à tutoria e pedi a lista dos documentos que deveria entregar e inscrevi-me nas aulas para pais adotivos. A partir de janeiro, comecei a frequentar o curso e a solicitar os documentos.
Nessa altura, continuava a ter medo. Tinha dúvidas. Não me apressava a levantar os documentos. No dia 17 de abril, minha filha telefonou-me dizendo: “Mãe, li num site que o nosso menino já foi para uma família”.
Recomecei a pensar tudo aquilo. Como já tinha quase todos os documentos, também poderia escolher uma criança sem deficiência. Escrevi à fundação Voluntários de Apoio às Crianças Órfãs. Eles me enviaram três endereços: “Se a senhora está preparada para ficar com uma criança com deficiência, tem aqui informação sobre mais três”.
O primeiro endereço apresentava o caso de Stiopa. Logo que mostrei a informação às minhas filhas, dissemos em coro: “É a nossa criança”.
No final de maio, Stiopa encontrou em Samara uma verdadeira família Foto: Pravmir.ru
http://gazetarussa.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário