Universitária que tentou vender bebê na web é denunciada e pode pegar 4 anos de prisão
Inquérito que investigava oferta de
criança por R$ 50 mil foi concluído nesta segunda-feira (26) e segue
para o Ministério Público, que deve remeter o caso à Justiça nas
próximas semanas
Ed Wanderley - Diário de Pernambuco
Publicação: 26/08/2013 20:45 Atualização: 26/08/2013 21:10
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recebe, nesta terça-feira
(27), denúncia da polícia civil, que concluiu, nesta segunda-feira, o
inquérito que investigava as ações de uma universitária de 19 anos, que
tentou negociar o bebê por R$ 50 mil pelo Facebook. A menina, nascida
após apenas seis meses de gestação, morreu no Memorial São José antes
que a mãe, do bairro de Casa Amarela, conseguisse concluir a venda. A
estudante foi denunciada no artigo 238, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que proibe entrega ou promessa de crianças e pode ser
condenada de um a quatro anos de reclusão, além de multa. “Ainda há a
questão dos casais que se interessaram em pagar pela criança, mas que
não foram identificados e, por isso, não estão sendo formalmente
acusados. O MPPE pode querer investigar a denúncia deles e até pedir a
prisão da estudante, se assim interpretar”, explica o delegado Geraldo
da Costa.
A denúncia foi formalizada por Fabiana
Sarchi Carvalho, da cidade Lauro de Freitas (BA), com quem a
universitária negociou durante pouco mais de uma semana. “Não sei se
você sabe, mas uma neo(natal) de hospital particular é caro. Quando ela
receber alta, teremos que arcar com um prejuízo enorme. Tem um casal que
se dispôs a nos dar uma ajuda de custo de R$ 50 mil, só que esse valor
não cobre o prejuízo. Estamos procurando alguém que possa nos ajudar mas
com um valor maior”, afirmou a pernambucana, em uma das conversas,
iniciada por meio da página “Conversando sobre adoção de crianças e adolescentes”.
No
diálogo, a estudante ainda faz questão de dizer “ela não tem problema
nenhum. Só precisa engordar um pouco” e garante: “não temos interesse em
manter vínculo com ela. Não se preocupe”. Nascida aos seis meses, com
órgãos mal formados e falência múltipla, a menina faleceu no último dia
23 de julho. O pai da criança, um representante comercial, de 29 anos,
afirmou desconhecer a existência da filha, fruto de um relacionamento
casual. “Saímos umas três ou quatro vezes, antes das eleições, quando
estava separado. Quis fazer o exame de DNA, mas a criança tinha que
ficar mais forte antes e faleceu antes disso. Eu e minha família estamos
arrasados”, afirma.
Denúncia exclusiva
O caso da universitária veio à tona depois que o Diario e a TV Clube/Record denunciaram o verdadeiro mercado de adoções e vendas de bebês que têm início por meio de páginas no Facebook. Na comunidade “Quero doar.Adotar seu bebê-Recife PE”, alvo da reportagem, mulheres anunciavam seus bebês e, por e-mail, os negociavam por preços que variavam entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.
O esquema nem sempre fica explícito. Daiane, como se apresentava uma mulher, supostamente de São Paulo, anuncia: “Estou grávida de seis meses. Não tenho como cuidar, com as necessidades que uma criança merece (sic)” e divulgava um contato de e-mail. Não mais que um par de mensagens depois, a mulher conduziu a conversa para uma negociação: “R$ 7 mil. Pode ser metade e metade. A melhor forma é eu ficar próximo de vocês para não acontecer desconfiança de golpes, tanto da minha parte quanto da de vocês”, dizia. O caso está sendo investigado pelo delegado da GPCA, Ademir Soares.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2013/08/26/interna_vidaurbana,458516/universitaria-que-tentou-vender-bebe-pelo-facebook-e-denunciada-e-pode-pegar-4-anos-de-prisao.shtml
Ed Wanderley - Diário de Pernambuco
Publicação: 26/08/2013 20:45 Atualização: 26/08/2013 21:10
Bebê Sofia resistiu por dois meses e foi negociada desde o 14° dia de vida |
Saiba mais...
Bebês são vendidos em páginas no Facebook
Polícia investiga venda de bebê por R$ 50 mil por meio do Facebook
Mesmo após denúncias, grávida tenta "doar" bebê mediante ajuda financeira
Em comunidade, já fora do ar, mulheres anunciavam querer doar bebês, mas algumas delas manifestavam interesse em pagamento pelo "gesto" |
O caso da universitária veio à tona depois que o Diario e a TV Clube/Record denunciaram o verdadeiro mercado de adoções e vendas de bebês que têm início por meio de páginas no Facebook. Na comunidade “Quero doar.Adotar seu bebê-Recife PE”, alvo da reportagem, mulheres anunciavam seus bebês e, por e-mail, os negociavam por preços que variavam entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.
O esquema nem sempre fica explícito. Daiane, como se apresentava uma mulher, supostamente de São Paulo, anuncia: “Estou grávida de seis meses. Não tenho como cuidar, com as necessidades que uma criança merece (sic)” e divulgava um contato de e-mail. Não mais que um par de mensagens depois, a mulher conduziu a conversa para uma negociação: “R$ 7 mil. Pode ser metade e metade. A melhor forma é eu ficar próximo de vocês para não acontecer desconfiança de golpes, tanto da minha parte quanto da de vocês”, dizia. O caso está sendo investigado pelo delegado da GPCA, Ademir Soares.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2013/08/26/interna_vidaurbana,458516/universitaria-que-tentou-vender-bebe-pelo-facebook-e-denunciada-e-pode-pegar-4-anos-de-prisao.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário