11/08/2013
Para eles, adotar foi a maneira encontrada para realizar sonho de ser pai.
Rio Preto tem cinco serviços de acolhimento, e Araçatuba tem quatro.
Marcos Lavezo Do G1 Rio Preto e Araçatuba
Para os pais este domingo (11) é uma data para se festejar muito com o
filho. E para alguns em especial, os adotivos, o Dia dos Pais é ainda
mais importante, já que o dia é também para comemorar a realização de um
sonho, depois de muito sofrimento por não poder gerar o filho e também
pela burocracia de adotar uma criança.
Este é o caso do aposentado
Ênio Rodrigues Souto, de 66 anos, que mora em Araçatuba (SP). Ele e a
mulher, a escritora Marly Aparecida Souto, não puderam gerar um filho,
já que a mulher tinha problemas com a ovulação. A saída foi adotar uma
criança, isso em 1981, quando a adoção no Brasil não era uma tarefa
muito fácil. “A primeira adoção foi muito complicada, não sabíamos como
funcionava o processo, tinha burocracia e chegamos até a ser enrolado
por um advogado. Mas por sorte, no final, deu tudo certo e a emoção de
adotar uma criança é inesquecível”, afirma.
Com a vontade de ser pai
aflorada, Ênio adotou mais duas crianças na década de 80. Os três
filhos adotivos são Enimar, com 32 anos, Mariene, com 30, e Bruna, com
26 anos. O aposentado diz que na época teve de quebrar vários
preconceitos e falta de informação para conseguir ser pai. “A própria
assistente social perguntava na época se a gente queria mesmo. Falava
que se adotasse não poderíamos devolver depois. Mas a natureza não me
possibilitou de ser pai naturalmente, mas eu queria ser pai, queria ter
este privilégio e a adoção foi o que Deus reservou para mim e hoje sou
muito feliz com meus filhos”, diz.
A paixão pelos filhos é tão
grande que até hoje os três moram com o pai em uma chácara em Araçatuba.
Para Ênio, os pais que querem adotar uma criança tem de ter a vontade
de coração e não por um interesse passageiro. “Adotar é um ato de amor
muito grande, não pode ser feito apenas por momento. A gente nunca
escondeu de ninguém e nem de nossos filhos que eles são adotados, e isso
nunca diminuiu o nosso amor”, afirma.
Ser pai é uma coisa muito gratificante, não tem como explicar" Célio Natal, pai adotivo
Para ter o prazer de ser pai, o administrador de empresas Célio Natal
Francisco, de 51 anos, de São José do Rio Preto (SP), também teve de
seguir pelo lado da adoção. Ele e a mulher, Nilcilene, adotaram duas
crianças. O filho mais velho, Pedro, tem 13 anos, já o Gabriel, tem 9. O
casal ficou na lista para adotar por 15 dias. “Fizemos o processo de
adoção em 2000 e achamos que iria demorar uns dois anos para conseguir.
Mas uns 15 a 20 dias depois de toda burocracia resolvida, já conseguimos
adotar. Acho que pelo fato de que não exigimos cor, sexo ou idade
facilitou bastante”, diz Célio.
Célio vai passar o Dia dos Pais com
os filhos e a família. Vai fazer um belo de um churrasco para comemorar,
o que para ele, é a data mais importante do ano. “Ser pai é uma coisa
muito gratificante, não tem como explicar ou descrever o quanto é
gostoso este dia. Receber o carinho no Dia dos Pais, por dois anjinhos, é
maravilhoso. A adoção
CAMINHO DA ADOÇÃO
Segundo a
Secretaria de Desenvolvimento Social os serviços de abrigo para crianças
e jovens com até 17 anos e 11 meses estão divididos entre: Acolhimento
Integral Institucional, Casa de Passagem, Casa-Lar, Família Acolhedora e
República. As informações são provenientes dos próprios municípios ao
preencherem seus Planos Municipais de Assistência Social - PMAS 2011.
Rio Preto tem cinco serviços de acolhimento, com previsão de
atendimento de 177 pessoas, enquanto Araçatuba tem quatro serviços de
acolhimento. A nova Lei de Adoção, em vigor desde novembro de 2009,
previu a criação e implementação dos cadastros estaduais e nacional de
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
casais habilitados à adoção.
A autoridade judiciária deve
providenciar, no prazo de 48 horas, a inscrição daqueles que estão em
condições de serem adotados e que não tiveram colocação familiar na
Comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua
habilitação à adoção.
Enquanto 120 casais aguardam na fila de espera
de adoção, 30 crianças esperam por um lar em Rio Preto. Para o juiz da
Infância de Rio Preto, Osni Assis Pereira, o desafio é abrir os
pretendentes à adoção tardia. “Os pais têm preferência pela cor, se é
saudável, ou até pela cor dos olhos. Quem quer adotar uma criança não
pode ter preconceito algum. Ela tem de adotar a criança do jeito que ela
é, porque nesta hora tem o desejo maior que é adotar uma criança”,
afirma.
A nova Lei de Adoção veio para agilizar o processo de adoção
no Brasil. Uma das principais mudanças é a que limita a permanência da
criança e do adolescente em abrigos por, no máximo, dois anos, a não ser
em casos excepcionais.
PASSO A PASSO PARA ADOÇÃO
CAMINHO DA ADOÇÃO
No primeiro momento, os interessados devem procurar a Vara da Infância
e da Juventude mais perto de casa. Em seguida, eles passam por uma
entrevista. O terceiro passo é a apresentação dos documentos
necessários. Depois de analisada a documentação, os interessados passam
por uma nova entrevista.
QUEM PODE ADOTAR?
Adultos com mais
de 21 anos, independentemente do estado civil, pode ser solteiro,
casado, divorciado, ou viver em concubinato. Na hipótese de ser casado
ou viver em uma relação de concubinato, a adoção deve ser solicitada por
ambos, que participarão juntos de todas as etapas do processo adotivo.
Qualquer pessoa pode adotar, mas ela precisa ser pelo menos 16 anos mais
velha que a criança a quem pretende adotar.
QUEM PODE SER ADOTADO?
Crianças e adolescentes com até 18 anos a partir da data do pedido de
adoção, órfãos de pais falecidos ou desconhecidos. Crianças e
adolescentes cujos pais tenham perdido o pátrio poder ou concordarem com
a adoção de seu filho. De acordo com o novo Código Civil, a adoção
depende de sentença de juiz.
Família do Célio Natal Francisco: felicidade com a adoção (Foto: Reprodução / TV Tem)
http://g1.globo.com/sao-paulo/ sao-jose-do-rio-preto-aracatuba /noticia/2013/08/ pais-adotivos-contam-sobre-emoc ao-de-comemorar-o-dia-dos-pais .html
11/08/2013
Para eles, adotar foi a maneira encontrada para realizar sonho de ser pai.
Rio Preto tem cinco serviços de acolhimento, e Araçatuba tem quatro.
Marcos Lavezo Do G1 Rio Preto e Araçatuba
Para os pais este domingo (11) é uma data para se festejar muito com o filho. E para alguns em especial, os adotivos, o Dia dos Pais é ainda mais importante, já que o dia é também para comemorar a realização de um sonho, depois de muito sofrimento por não poder gerar o filho e também pela burocracia de adotar uma criança.
Este é o caso do aposentado Ênio Rodrigues Souto, de 66 anos, que mora em Araçatuba (SP). Ele e a mulher, a escritora Marly Aparecida Souto, não puderam gerar um filho, já que a mulher tinha problemas com a ovulação. A saída foi adotar uma criança, isso em 1981, quando a adoção no Brasil não era uma tarefa muito fácil. “A primeira adoção foi muito complicada, não sabíamos como funcionava o processo, tinha burocracia e chegamos até a ser enrolado por um advogado. Mas por sorte, no final, deu tudo certo e a emoção de adotar uma criança é inesquecível”, afirma.
Com a vontade de ser pai aflorada, Ênio adotou mais duas crianças na década de 80. Os três filhos adotivos são Enimar, com 32 anos, Mariene, com 30, e Bruna, com 26 anos. O aposentado diz que na época teve de quebrar vários preconceitos e falta de informação para conseguir ser pai. “A própria assistente social perguntava na época se a gente queria mesmo. Falava que se adotasse não poderíamos devolver depois. Mas a natureza não me possibilitou de ser pai naturalmente, mas eu queria ser pai, queria ter este privilégio e a adoção foi o que Deus reservou para mim e hoje sou muito feliz com meus filhos”, diz.
A paixão pelos filhos é tão grande que até hoje os três moram com o pai em uma chácara em Araçatuba. Para Ênio, os pais que querem adotar uma criança tem de ter a vontade de coração e não por um interesse passageiro. “Adotar é um ato de amor muito grande, não pode ser feito apenas por momento. A gente nunca escondeu de ninguém e nem de nossos filhos que eles são adotados, e isso nunca diminuiu o nosso amor”, afirma.
Ser pai é uma coisa muito gratificante, não tem como explicar" Célio Natal, pai adotivo
Para ter o prazer de ser pai, o administrador de empresas Célio Natal Francisco, de 51 anos, de São José do Rio Preto (SP), também teve de seguir pelo lado da adoção. Ele e a mulher, Nilcilene, adotaram duas crianças. O filho mais velho, Pedro, tem 13 anos, já o Gabriel, tem 9. O casal ficou na lista para adotar por 15 dias. “Fizemos o processo de adoção em 2000 e achamos que iria demorar uns dois anos para conseguir. Mas uns 15 a 20 dias depois de toda burocracia resolvida, já conseguimos adotar. Acho que pelo fato de que não exigimos cor, sexo ou idade facilitou bastante”, diz Célio.
Célio vai passar o Dia dos Pais com os filhos e a família. Vai fazer um belo de um churrasco para comemorar, o que para ele, é a data mais importante do ano. “Ser pai é uma coisa muito gratificante, não tem como explicar ou descrever o quanto é gostoso este dia. Receber o carinho no Dia dos Pais, por dois anjinhos, é maravilhoso. A adoção
CAMINHO DA ADOÇÃO
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social os serviços de abrigo para crianças e jovens com até 17 anos e 11 meses estão divididos entre: Acolhimento Integral Institucional, Casa de Passagem, Casa-Lar, Família Acolhedora e República. As informações são provenientes dos próprios municípios ao preencherem seus Planos Municipais de Assistência Social - PMAS 2011.
Rio Preto tem cinco serviços de acolhimento, com previsão de atendimento de 177 pessoas, enquanto Araçatuba tem quatro serviços de acolhimento. A nova Lei de Adoção, em vigor desde novembro de 2009, previu a criação e implementação dos cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.
A autoridade judiciária deve providenciar, no prazo de 48 horas, a inscrição daqueles que estão em condições de serem adotados e que não tiveram colocação familiar na Comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção.
Enquanto 120 casais aguardam na fila de espera de adoção, 30 crianças esperam por um lar em Rio Preto. Para o juiz da Infância de Rio Preto, Osni Assis Pereira, o desafio é abrir os pretendentes à adoção tardia. “Os pais têm preferência pela cor, se é saudável, ou até pela cor dos olhos. Quem quer adotar uma criança não pode ter preconceito algum. Ela tem de adotar a criança do jeito que ela é, porque nesta hora tem o desejo maior que é adotar uma criança”, afirma.
A nova Lei de Adoção veio para agilizar o processo de adoção no Brasil. Uma das principais mudanças é a que limita a permanência da criança e do adolescente em abrigos por, no máximo, dois anos, a não ser em casos excepcionais.
PASSO A PASSO PARA ADOÇÃO
CAMINHO DA ADOÇÃO
No primeiro momento, os interessados devem procurar a Vara da Infância e da Juventude mais perto de casa. Em seguida, eles passam por uma entrevista. O terceiro passo é a apresentação dos documentos necessários. Depois de analisada a documentação, os interessados passam por uma nova entrevista.
QUEM PODE ADOTAR?
Adultos com mais de 21 anos, independentemente do estado civil, pode ser solteiro, casado, divorciado, ou viver em concubinato. Na hipótese de ser casado ou viver em uma relação de concubinato, a adoção deve ser solicitada por ambos, que participarão juntos de todas as etapas do processo adotivo. Qualquer pessoa pode adotar, mas ela precisa ser pelo menos 16 anos mais velha que a criança a quem pretende adotar.
QUEM PODE SER ADOTADO?
Crianças e adolescentes com até 18 anos a partir da data do pedido de adoção, órfãos de pais falecidos ou desconhecidos. Crianças e adolescentes cujos pais tenham perdido o pátrio poder ou concordarem com a adoção de seu filho. De acordo com o novo Código Civil, a adoção depende de sentença de juiz.
Família do Célio Natal Francisco: felicidade com a adoção (Foto: Reprodução / TV Tem)
http://g1.globo.com/sao-paulo/
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