terça-feira, 17 de setembro de 2013

PORTUGAL SERIA DESTINO DE BEBÊ


Tráfico
Suspeita surgiu após inconsistências em depoimentos sobre chegada do menino
16/09/13
ALINE LOURENÇO

As investigações sobre um suposto esquema de tráfico de bebês, descoberto na última semana no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana, já apontam que a criança poderia ser levada para fora do país. Essa é uma das hipóteses da Polícia Civil de Minas, que não descarta a possibilidade de uma rota internacional com Portugal como destino. Uma das suspeitas é que o recém-nascido seria, na verdade, entregue a Helena Castiel, que mora no país europeu e é irmã da advogada Selena Castiel Gualberto, 34, apontada inicialmente como a receptadora da criança.
As suspeitas foram levantadas diante das inconsistências nos depoimentos da advogada e do marido dela, Breno Azevedo, na sexta-feira. O casal não conseguiu esclarecer certos questionamentos. “Perguntamos como eles voltariam para Porto Velho (RO) com uma criança no colo e uma certidão de nascimento, dizendo que o filho era deles. Eles disseram que não haviam pensado nisso, mas nos leva a indagar se o bebê iria mesmo para lá”, revela o delegado responsável, Tito Barichello, da 3ª Delegacia de Betim.
Apesar das alegações dos dois, eles tiveram ao menos três meses para planejar a ação, desde que Selena fez o primeiro contato com Janaína Carvalho, 24, a verdadeira mãe do bebê, através de um blog. Nesse período, Janaína deixou São João Del Rei, na região Central do Estado, para viver na capital com a agente de turismo Eliane Azzi, 37, responsável por providenciar os documentos falsos apresentados por Janaína no hospital.
Em umas das mensagens apreendidas no celular de Eliane, a polícia encontrou mensagens de Selena pedindo para que a mãe da criança decorasse todos os dados pessoais para não levantar suspeitas. Se o plano desse certo, o bebê já sairia registrado em nome da advogada. “Com isso, eles conseguiriam ir de avião para qualquer lugar do mundo, até para o Estados Unidos, que é um país mais difícil de entrar”, completa o delegado.

INTERNET.
Outro indício é que Helena tem como amigas – em uma rede social – Eliane e sua irmã, a funcionária pública Cláudia Giani, 39, uma das suspeitas. Mas a interceptação de e-mails de Eliane, feita pela polícia, não revelou nenhum outro envolvido.

DESCARTADO
APURAÇÃO.
A Polícia Civil e a Secretaria de Direitos Humanos descartam que a rota internacional tivesse como finalidade o tráfico de órgãos, já que um recém-nascido dificilmente serviria como doador.

PERGUNTAS AINDA SEM RESPOSTA
- PATERNIDADE.
Selena e o marido, Breno Azevedo, disseram que gostariam de assumir o bebê, já que a advogada é estéril e há dois anos aguardava na fila de adoção. Mas, questionado sobre o motivo de Azevedo não ter assumido a paternidade, um meio legal, ao invés de planejar para que Janaína mentisse sobre sua identidade, o casal disse que não pensou na possibilidade. “O que chama atenção é que o Breno é professor de direito civil, então, ele tem até mais conhecimento que a gente sobre os meios legais nesse caso”, afirmou o delegado.

-OPÇÕES LEGAIS.
Se Azevedo tivesse assumido a paternidade, Janaína poderia depois abrir mão do direito de constar como mãe no registro da criança. Outro meio possível seria a adoção consensual. Nesse caso, a mãe verdadeira procuraria uma Vara da Infância e da Juventude para declarar seu desejo de doar a criança ao casal de advogados de Rondônia.

- TRÁFICO.
Apesar de apurar a possibilidade de tráfico internacional de bebês, a Polícia Civil estranha o fato de os dois terem tentado registrar a criança com o nome deles. “Se fosse uma quadrilha agindo para traficar várias crianças, eles não colocariam todas em nome deles, no mínimo utilizariam outros nomes”, pondera Barichello.

- DOCUMENTAÇÃO.
Mesmo já constatada a falsidade ideológica (já que Janaína tentou se passar por Selena) e com a advogada afirmando que os dados nos documentos apresentados são reais, a polícia ainda desconfia da veracidade deles, uma vez que há datas de nascimento diferentes no CPF e no RG.
Investigações. Delegado mostra documentos que seriam usados pela mãe do bebê no hospital
http://www.otempo.com.br/cidades/portugal-seria-destino-de-bebê-1.714021
PORTUGAL SERIA DESTINO DE BEBÊ  
Tráfico
Suspeita surgiu após inconsistências em depoimentos sobre chegada do menino
16/09/13
ALINE LOURENÇO

As investigações sobre um suposto esquema de tráfico de bebês, descoberto na última semana no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana, já apontam que a criança poderia ser levada para fora do país. Essa é uma das hipóteses da Polícia Civil de Minas, que não descarta a possibilidade de uma rota internacional com Portugal como destino. Uma das suspeitas é que o recém-nascido seria, na verdade, entregue a Helena Castiel, que mora no país europeu e é irmã da advogada Selena Castiel Gualberto, 34, apontada inicialmente como a receptadora da criança. 
As suspeitas foram levantadas diante das inconsistências nos depoimentos da advogada e do marido dela, Breno Azevedo, na sexta-feira. O casal não conseguiu esclarecer certos questionamentos. “Perguntamos como eles voltariam para Porto Velho (RO) com uma criança no colo e uma certidão de nascimento, dizendo que o filho era deles. Eles disseram que não haviam pensado nisso, mas nos leva a indagar se o bebê iria mesmo para lá”, revela o delegado responsável, Tito Barichello, da 3ª Delegacia de Betim.
Apesar das alegações dos dois, eles tiveram ao menos três meses para planejar a ação, desde que Selena fez o primeiro contato com Janaína Carvalho, 24, a verdadeira mãe do bebê, através de um blog. Nesse período, Janaína deixou São João Del Rei, na região Central do Estado, para viver na capital com a agente de turismo Eliane Azzi, 37, responsável por providenciar os documentos falsos apresentados por Janaína no hospital.
Em umas das mensagens apreendidas no celular de Eliane, a polícia encontrou mensagens de Selena pedindo para que a mãe da criança decorasse todos os dados pessoais para não levantar suspeitas. Se o plano desse certo, o bebê já sairia registrado em nome da advogada. “Com isso, eles conseguiriam ir de avião para qualquer lugar do mundo, até para o Estados Unidos, que é um país mais difícil de entrar”, completa o delegado.

INTERNET. 
Outro indício é que Helena tem como amigas – em uma rede social – Eliane e sua irmã, a funcionária pública Cláudia Giani, 39, uma das suspeitas. Mas a interceptação de e-mails de Eliane, feita pela polícia, não revelou nenhum outro envolvido. 

DESCARTADO
APURAÇÃO. 
A Polícia Civil e a Secretaria de Direitos Humanos descartam que a rota internacional tivesse como finalidade o tráfico de órgãos, já que um recém-nascido dificilmente serviria como doador. 

PERGUNTAS AINDA SEM RESPOSTA
- PATERNIDADE.
Selena e o marido, Breno Azevedo, disseram que gostariam de assumir o bebê, já que a advogada é estéril e há dois anos aguardava na fila de adoção. Mas, questionado sobre o motivo de Azevedo não ter assumido a paternidade, um meio legal, ao invés de planejar para que Janaína mentisse sobre sua identidade, o casal disse que não pensou na possibilidade. “O que chama atenção é que o Breno é professor de direito civil, então, ele tem até mais conhecimento que a gente sobre os meios legais nesse caso”, afirmou o delegado.

-OPÇÕES LEGAIS.
Se Azevedo tivesse assumido a paternidade, Janaína poderia depois abrir mão do direito de constar como mãe no registro da criança. Outro meio possível seria a adoção consensual. Nesse caso, a mãe verdadeira procuraria uma Vara da Infância e da Juventude para declarar seu desejo de doar a criança ao casal de advogados de Rondônia.

- TRÁFICO.
Apesar de apurar a possibilidade de tráfico internacional de bebês, a Polícia Civil estranha o fato de os dois terem tentado registrar a criança com o nome deles. “Se fosse uma quadrilha agindo para traficar várias crianças, eles não colocariam todas em nome deles, no mínimo utilizariam outros nomes”, pondera Barichello.

- DOCUMENTAÇÃO.
 Mesmo já constatada a falsidade ideológica (já que Janaína tentou se passar por Selena) e com a advogada afirmando que os dados nos documentos apresentados são reais, a polícia ainda desconfia da veracidade deles, uma vez que há datas de nascimento diferentes no CPF e no RG.
Investigações. Delegado mostra documentos que seriam usados pela mãe do bebê no hospital
http://www.otempo.com.br/cidades/portugal-seria-destino-de-beb%C3%AA-1.714021

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