Geral
| 02/08/2013 22h32min
Apenas na ONG Desaparecidos do Brasil há registro de cerca de 280 casos de adoções internacionais irregulares
A voluntária da organização Amanda Boldeke atribui a mudança a eventos como a publicação da série de reportagens Órfãos do Brasil pelo Diário Catarinense e, a partir daí, à repercussão dada na TV em rede nacional ao caso do tráfico de bebês nos anos 80.
Algumas mães também pedem ajuda ao jornal, dispostas a revelarem segredos do passado, apostam na esperança de que o filho possa reconhecer em seu pedido ou em seu rosto algo familiar. Por medo do julgamento de familiares, outras mulheres preferem o anonimato, para evitar maior sofrimento. Nesta busca inversa, faltam informações, apoio técnico e ajuda financeira. A maioria das famílias não têm condições de pagar um ou mais exames de DNA até a localização do parente. De acordo com Amanda, entre as mães que realizam o exame de DNA, 70% se deparam com resultado negativo.
— Cerca de 80% dos adotados atendidos têm os documentos falsificados. Quando a busca é no exterior, os resultados das buscas às vezes são desanimadores, porque as mulheres não sabem nada além da data de nascimento — relata Amanda.
Policiais que integram a equipe do SOS Desaparecidos da Polícia Militar de Santa Catarina também atendem a pedidos de famílias em busca de informações sobre adoções ilegais. O coordenador, major Marcus Claudino, vê que além das dificuldades nas buscas, o sucesso de um reencontro entre as famílias quase sempre depende de apoio e do alinhamento de expectativas de ambas as partes. Esta estrutura precisaria ser proporcionada pelo governo.
— O problema é o psicológico. Muitos filhos, depois que acham a família no Brasil e nos pedem para fazer o primeiro contato, não encontram o que esperavam ou simplesmente o envolvimento acaba ali — explica o major.
DIÁRIO CATARINENSE
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