18.09.2013
Vanessa Silva Do NE10/ Paraíba
Nordeste // entrevista
Sensibilizada por ter uma filha da mesma idade da criança que seria
vendida pela internet, a estudante de serviço social responsável pela
denúncia que levou à prisão de um casal, em Jaboatão dos Guararapes,
contou em entrevista ao NE10 Paraíba que sequer titubeou no momento em
que viu o anúncio da mulher na página da rede social.
"Eu faria
tudo outra vez", disse durante a conversa, por telefone, com a
reportagem do Portal. A mulher de 24 anos que mora em Campina Grande, no
Agreste da Paraíba, manteve contato por três dias com a mulher que
tentou vender a própria filha através de uma rede social. Depois que
reuniu provas suficientes do caso, procurou a Vara da Infância da cidade
onde mora e acabou sendo determinante para o desfecho do caso. Por
questão de segurança, a identidade da denunciante será preservada. Veja
como foi a conversa:
NE10 PB - COMO FOI QUE COMEÇOU ESSA HISTÓRIA? QUAL O CAMINHO PERCORRIDO POR VOCÊ PARA FAZER A DENÚNCIA?
Denunciante - Bom, começou quando eu vi o anúncio da mulher numa fan
page sobre adoção que existe no Facebook. Vi que muita gente estava
tentando aconselhá-la, outras mostraram interesse na criança e, à
princípio, meu instinto foi de querer saber mais sobre o caso para poder
denunciar. Só sabia que queria denunciar, ainda não tinha ideia de
como. Comecei então a conversar com ela no inbox, como se estivesse
interessada, e depois que vi o que ela realmente queria procurei a Vara
da Infância e da Juventude de Campina Grande, que encaminhou a denúncia
para o Ministério Público.
NE10 PB - POR QUANTO TEMPO CONVERSARAM ATÉ VOCÊ DECIDIR PROCURAR AS AUTORIDADES?
D -Começamos a conversar na sexta-feira e na segunda eu já estava na
Vara da Infância. Tinha um pouco de conhecimento do procedimento porque
estudo serviço social e faço trabalho voluntário nessa área.
NE10 PB - O QUE FOI DETERMINANTE PARA QUE VOCÊ DECIDISSE INVESTIGAR A
MULHER POR CONTA PRÓPRIA E DEPOIS DENUNCIÁ-LA? VOCÊ COMENTOU QUE MUITAS
OUTRAS PESSOAS TAMBÉM VIRAM O ANÚNCIO...
D - É, tem gente que tem
medo de denunciar. Mas quando envolve criança eu faço tudo o que estiver
ao meu alcance para ajudar. Além disso, eu tenho uma filha na mesma
idade da dela e isso foi o que mais me sensibilizou.
NE10 PB - EM NENHUM MOMENTO VOCÊ TEVE MEDO DE SE EXPOR?
D - Não, não. Foi tudo muito tranquilo. Como é uma rede social e ela
estava em uma página aberta, qualquer um poderia tê-la abordado.
NE10 PB - E A CONVERSA COM ELA FOI TRANQUILA?
D - Sim. Nós conversamos bastante e ela me enviou várias fotos da criança.
NE10 PB - ELA FALOU ABERTAMENTE EM TROCAR A FILHA POR DINHEIRO?
D - Sim, falou que estava precisando de dinheiro para viajar para a
Espanha e se prostituir lá. Depois de muita conversa, disse que me daria
a criança por R$ 1.500, outras dez parcelas de R$ 200 e um notebook.
NE10 PB - VOCÊ JÁ TINHA SE ENVOLVIDO, MESMO EM SUA PROFISSÃO, EM ALGUM CASO COMO ESSE?
D - Não, nunca. Nunca tinha visto algo parecido. Lá (em Recife) foi que soube que por lá essa é uma prática comum.
NE10 PB - E QUAL FOI A REPERCUSSÃO PROVOCADA ENTRE AS PESSOAS QUE TE CONHECEM?
D - Ah, meus familiares ficaram com raiva por eu ter me exposto a esse
risco. Querendo ou não, sei que foi um risco para mim. Mas se tivesse
outra criança nessa mesma situação de risco, eu faria a mesma coisa.
Faria tudo outra vez.
NE10 PB - E QUAL A LIÇÃO QUE VOCÊ TIROU
DESSE EPISÓDIO? O QUE VOCÊ DIRIA ÀS PESSOAS QUE POSSAM SE DEPARAR COM
ESSE TIPO DE SITUAÇÃO?
D - Diria aos casais que querem adotar que
procurem os canais legais de adoção. A melhor forma de acolher uma
criança é através da Adoção Legal. Não adianta querer passar por cima da
lei que você acaba ficando mais vulnerável a esse tipo de situação.
Além disso, é importante denunciar, sem medo. É só procurar uma Vara da
Infância na sua cidade e deixar que eles conduzam o restante do
processo.
Thaíssa Discávio pôs a filha de dois anos, à venda Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
http://ne10.uol.com.br/canal/ cotidiano/nordeste/noticia/ 2013/09/18/ eu-faria-tudo-outra-vez-disse-p araibana-que-entregou-a-polici a-mulher-que-venderia-filha-na -internet-443424.php
18.09.2013
Vanessa Silva Do NE10/ Paraíba
Nordeste // entrevista
Sensibilizada por ter uma filha da mesma idade da criança que seria vendida pela internet, a estudante de serviço social responsável pela denúncia que levou à prisão de um casal, em Jaboatão dos Guararapes, contou em entrevista ao NE10 Paraíba que sequer titubeou no momento em que viu o anúncio da mulher na página da rede social.
"Eu faria tudo outra vez", disse durante a conversa, por telefone, com a reportagem do Portal. A mulher de 24 anos que mora em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, manteve contato por três dias com a mulher que tentou vender a própria filha através de uma rede social. Depois que reuniu provas suficientes do caso, procurou a Vara da Infância da cidade onde mora e acabou sendo determinante para o desfecho do caso. Por questão de segurança, a identidade da denunciante será preservada. Veja como foi a conversa:
NE10 PB - COMO FOI QUE COMEÇOU ESSA HISTÓRIA? QUAL O CAMINHO PERCORRIDO POR VOCÊ PARA FAZER A DENÚNCIA?
Denunciante - Bom, começou quando eu vi o anúncio da mulher numa fan page sobre adoção que existe no Facebook. Vi que muita gente estava tentando aconselhá-la, outras mostraram interesse na criança e, à princípio, meu instinto foi de querer saber mais sobre o caso para poder denunciar. Só sabia que queria denunciar, ainda não tinha ideia de como. Comecei então a conversar com ela no inbox, como se estivesse interessada, e depois que vi o que ela realmente queria procurei a Vara da Infância e da Juventude de Campina Grande, que encaminhou a denúncia para o Ministério Público.
NE10 PB - POR QUANTO TEMPO CONVERSARAM ATÉ VOCÊ DECIDIR PROCURAR AS AUTORIDADES?
D -Começamos a conversar na sexta-feira e na segunda eu já estava na Vara da Infância. Tinha um pouco de conhecimento do procedimento porque estudo serviço social e faço trabalho voluntário nessa área.
NE10 PB - O QUE FOI DETERMINANTE PARA QUE VOCÊ DECIDISSE INVESTIGAR A MULHER POR CONTA PRÓPRIA E DEPOIS DENUNCIÁ-LA? VOCÊ COMENTOU QUE MUITAS OUTRAS PESSOAS TAMBÉM VIRAM O ANÚNCIO...
D - É, tem gente que tem medo de denunciar. Mas quando envolve criança eu faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar. Além disso, eu tenho uma filha na mesma idade da dela e isso foi o que mais me sensibilizou.
NE10 PB - EM NENHUM MOMENTO VOCÊ TEVE MEDO DE SE EXPOR?
D - Não, não. Foi tudo muito tranquilo. Como é uma rede social e ela estava em uma página aberta, qualquer um poderia tê-la abordado.
NE10 PB - E A CONVERSA COM ELA FOI TRANQUILA?
D - Sim. Nós conversamos bastante e ela me enviou várias fotos da criança.
NE10 PB - ELA FALOU ABERTAMENTE EM TROCAR A FILHA POR DINHEIRO?
D - Sim, falou que estava precisando de dinheiro para viajar para a Espanha e se prostituir lá. Depois de muita conversa, disse que me daria a criança por R$ 1.500, outras dez parcelas de R$ 200 e um notebook.
NE10 PB - VOCÊ JÁ TINHA SE ENVOLVIDO, MESMO EM SUA PROFISSÃO, EM ALGUM CASO COMO ESSE?
D - Não, nunca. Nunca tinha visto algo parecido. Lá (em Recife) foi que soube que por lá essa é uma prática comum.
NE10 PB - E QUAL FOI A REPERCUSSÃO PROVOCADA ENTRE AS PESSOAS QUE TE CONHECEM?
D - Ah, meus familiares ficaram com raiva por eu ter me exposto a esse risco. Querendo ou não, sei que foi um risco para mim. Mas se tivesse outra criança nessa mesma situação de risco, eu faria a mesma coisa. Faria tudo outra vez.
NE10 PB - E QUAL A LIÇÃO QUE VOCÊ TIROU DESSE EPISÓDIO? O QUE VOCÊ DIRIA ÀS PESSOAS QUE POSSAM SE DEPARAR COM ESSE TIPO DE SITUAÇÃO?
D - Diria aos casais que querem adotar que procurem os canais legais de adoção. A melhor forma de acolher uma criança é através da Adoção Legal. Não adianta querer passar por cima da lei que você acaba ficando mais vulnerável a esse tipo de situação. Além disso, é importante denunciar, sem medo. É só procurar uma Vara da Infância na sua cidade e deixar que eles conduzam o restante do processo.
Thaíssa Discávio pôs a filha de dois anos, à venda Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
http://ne10.uol.com.br/canal/
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